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Opositor aceita compor governo no Zimbábue
Morgan Tsvangirai deve assumir o cargo de primeiro-ministro, mas acordo ainda é alvo de ceticismo
DA REDAÇÃO
Após quase um ano de impasse, o Zimbábue finalmente pode conseguir formar um governo de unidade com o atual presidente, Robert Mugabe, e seu
principal opositor, Morgan
Tsvangirai, do Movimento pela
Mudança Democrática (MDC).
O país africano vive crise econômica, política e humanitária.
Tsvangirai concordou ontem
em dividir o poder com Mugabe -que controla o Zimbábue
com mão-de-ferro desde a independência do Reino Unido,
em 1980, desafiando pressões
do Ocidente- e deve assumir
como primeiro-ministro no dia
11. O acordo ainda é visto com
ceticismo no exterior.
Tsvangirai havia conquistado a maioria dos votos nas eleições de março de 2008, mas desistiu no segundo turno, alegando perseguição do governo.
Os dois lados aceitaram montar
um governo de unidade em setembro, mas nunca se entenderam quanto à divisão de ministérios. Em dezembro, ambos
passaram a refutar a coalizão.
O fato de agora terem entrado em aparente entendimento,
no entanto, não resolve as desavenças mútuas, nem deixa claro como funcionará o governo
conjunto. "Estamos comprometidos com a unidade nacional e esperamos ser tratados
como iguais [por Mugabe]. Mas
não estamos dizendo que isso
seja a solução para a crise no
Zimbábue, apenas que escolhemos continuar a luta por um
país democrático em uma nova
arena", declarou ontem Tsvangirai, sob pressão de líderes regionais para aceitar a coalizão.
Ele concordou em dividir o
controle do Ministério do Interior, responsável pela polícia,
pelos próximos seis meses.
O Zimbábue tem hoje a
maior taxa de inflação do mundo- 231.000.000% ao ano- e
uma moeda sem valor real. Anteontem, o governo autorizou
que negócios sejam realizados
oficialmente em dólares americanos ou moedas de países vizinhos, o que já era feito no mercado negro.
A ONU estima que 80% dos
11 milhões de zimbabuanos
passem fome. Uma epidemia
de cólera que assola o país desde agosto passado já deixou
3.100 mortos.
Com agências internacionais
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