São Paulo, segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

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"Falhas" de Havana serão criticadas, promete Dilma

Presidente diz que protestará quando for para defender direitos humanos

Declaração foi dada à mídia local; brasileira chega hoje ao vizinho, na sua primeira viagem internacional no cargo

VALDO CRUZ
ENVIADO ESPECIAL A BUENOS AIRES
LUCAS FERRAZ
GUSTAVO HENNEMANN
DE BUENOS AIRES

A presidente Dilma Rousseff citou ontem, em entrevista a jornais argentinos, o regime de Cuba como exemplo de sua posição em relação aos direitos humanos.
Questionada sobre a ditadura, disse que se deve protestar "contra todas as falhas que existam em relação aos direitos humanos em Cuba", ressalvando, porém, que está havendo uma "transformação" naquele país.
A declaração indica mais uma vez uma possível inflexão quanto ao tema na comparação com Lula. A presidente chega hoje à Argentina, em sua primeira viagem internacional no cargo.
Segundo um assessor, a viagem busca passar a mensagem de que ela terá um engajamento na defesa dos direitos humanos, o que será simbolizado pela reunião na Casa Rosada, a sede do governo argentino, com as avós e mães da praça de Maio -grupos de mulheres que buscam desaparecidos da última ditadura (1976-83).
Ex-guerrilheira e torturada durante o regime militar brasileiro, após eleita Dilma discordou da posição anterior do governo brasileiro, que se absteve em votação da ONU de uma resolução que condenava violações de direitos humanos no Irã.

COMPETITIVIDADE
A presidente chega também dando um recado aos empresários locais, preocupados com uma eventual desvalorização do real, que tira competitividade em relação aos brasileiros.
Na mesma entrevista, ela afirmou que "ninguém pode afirmar, no mundo, que isso não acontecerá", referindo-se à possibilidade de uma desvalorização.
Dilma destacou que as medidas baixadas até aqui por seu governo estão mantendo a taxa de câmbio em relação ao dólar flutuar entre R$ 1,60 e R$ 1,70, sem nenhum "sinal de derretimento", numa tentativa de tranquilizar os empresários.
Além de um acordo para construção de reatores de pesquisa nuclear, Dilma assinará com sua colega Cristina Kirchner convênios na área de biocombustíveis e de troca de experiência na área habitacional a partir do programa brasileiro Minha Casa, Minha Vida.


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