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GUERRA SEM LIMITES
Presidente permite que a assessora de Segurança Nacional fale sob juramento à comissão que apura ataques
Bush recua, e Rice vai depor sobre o 11/9
DA REDAÇÃO
O presidente americano, George W. Bush, recuou e anunciou
ontem que permitirá que Condoleezza Rice, assessora de Segurança Nacional, deponha publicamente e sob juramento à comissão que investiga os ataques do 11
de Setembro. "Autorizei esse nível
de cooperação porque a considero necessária para um quadro
completo dos meses e anos que
precederam o assassinato de nossos compatriotas", disse Bush.
Ao fazer o anúncio, Bush ressalvou que "é importante que o presidente e seus assessores possam
conversar privativamente, sem
precisar revelar o conteúdo discutido". Bush disse que sua decisão
foi tomada em razão do compromisso assumido pela comissão de
que não irá requisitar mais depoimentos públicos de funcionários
do governo e que o comparecimento de Rice não será visto como um precedente.
A Casa Branca entende que a
convocação de assessores presidenciais que não precisam ter sua
contratação aprovada pelo Congresso para depor publicamente
fere "o importante princípio da
separação entre o Executivo e o
Legislativo".
Bush também anunciou que,
juntamente com o vice-presidente Dick Cheney, vai depor para todos os membros da comissão.
Bush e Cheney antes se declaravam dispostos a falar reservadamente com apenas dois membros
da comissão. Eles não precisarão
prestar juramento e suas declarações não serão públicas.
Slade Gordon, ex-senador republicano que é um dos dez membros da comissão independente,
disse que a proposta do governo
foi aceita porque não havia planos
de novas convocações para depoimentos. "Acho que a Casa
Branca teria feito muito melhor se
tivesse chegado a um acordo bem
antes, mas estou contente. Sempre achei que o depoimento público [de Rice] seria bom para o
país", disse. Em fevereiro, Rice teve um encontro de quatro horas
com a comissão, mas não precisou fazer juramento.
O governo Bush foi colocado na
defensiva após a publicação do livro "Contra Todos os Inimigos",
de Richard Clarke, ex-assessor do
governo para contraterrorismo.
No livro e em entrevistas, Clarke
fez críticas a Bush, classificando
sua atuação no combate ao terrorismo como "deplorável".
Pesquisa
Pesquisa Gallup divulgada ontem indica que as afirmações de
Clarke causaram prejuízos à imagem de Bush como líder da guerra
ao terror -considerada por seus
estrategistas como fundamental
para sua reeleição em novembro-, porém não tanto quanto
os abalos sofridos por John Kerry
em razão da recente ofensiva publicitária republicana.
Nos Estados em que foram exibidos os anúncios, a avaliação
desfavorável do virtual candidato
democrata subiu 16 pontos percentuais. Em todo o país, 57% responderam afirmativamente à
pergunta "você acha que Kerry
mudou ou não mudou suas posições por razões políticas?".
A aprovação à maneira como
Bush lida com o terrorismo atingiu o nível mais baixo desde setembro de 2001 -embora ainda
esteja em 58%. Na disputa eleitoral, Bush e Kerry estão tecnicamente empatados. Se a eleição
fosse hoje, Bush teria 51% dos votos, contra 47% para Kerry. A
margem de erro é de três pontos
percentuais. A pesquisa ouviu
1.001 americanos adultos por telefone entre os dias 26 e 28.
Com agências internacionais
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