São Paulo, quarta-feira, 31 de março de 2004

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ÁSIA

Polícia detém 3 parentes de vítimas antes do 15º aniversário do massacre; Pequim divulga relatório positivo sobre direitos humanos

China prende familiares de mortos em Tiananmen

DA REDAÇÃO

Ao menos três familiares de pessoas mortas durante os protestos pró-democracia realizados na praça Tiananmen (Pequim), em 1989, foram presas no domingo, pois o governo chinês tenta evitar a ocorrência de protestos para marcar o 15º aniversário do massacre, segundo disseram parentes dos detidos ao diário "The New York Times" anteontem.
Forças de segurança chinesas levaram três mulheres de suas casas no último domingo. Segundo familiares das três, elas não entraram em contato com ninguém desde então. De acordo com o jornal "South China Morning Post", de Hong Kong, duas das presas perderam filhos em Tiananmen, e a outra detida é viúva de um jornalista morto pela polícia.
O "Times" disse que uma das detidas é Ding Zilin, 67, líder de um grupo militante chamado Mães de Tiananmen.
As prisões ocorreram logo depois de um reputado cirurgião chinês, Jiang Yanyong -membro do Partido Comunista há décadas-, ter enviado uma carta aos principais líderes políticos chineses para pedir uma reavaliação do massacre de Tiananmen, que deixou centenas de mortos e de feridos em 4 de junho de 89.
A versão oficial diz que as manifestações na praça Tiananmen constituíram uma rebelião contra o governo e que o Exército tomou medidas apropriadas para contê-las. Estudantes protagonizaram os protestos pró-democracia.

Relatório oficial
O governo chinês expressou ontem contentamento com as conclusões de um relatório oficial sobre a situação dos direitos humanos no país, dizendo que 2003 foi um ano positivo no que concerne ao respeito aos direitos humanos.
Isso apesar das acusações de arbitrariedade policial, de repressão a militantes tibetanos, de perseguição religiosa, de tortura cometida por forças de segurança e de atentados à liberdade de expressão que pesam sobre o país. Autoridades chinesas reconheceram, no entanto, que o país ainda deve "melhorar" nessa área.
No início deste mês, durante a sessão anual do Congresso Nacional do Povo, os deputados chineses decidiram colocar na Constituição do país o respeito aos direitos humanos.


Com agências internacionais e o "New York Times"


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