|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
foco
Morre Dith Pran, fotógrafo que sobreviveu a genocídio no Camboja e expôs Pol Pot
Barton Silverman/"The New York Times"
|
Pran, cuja trajetória inspirou o filme "Os Gritos do Silêncio" (1984), em retrato dos anos 80 |
DA REDAÇÃO
O fotógrafo cambojano Dith
Pran, do jornal "The New York
Times" morreu ontem, vítima
de câncer, aos 65 anos. Pran
trabalhou como intérprete e
assistente do jornalista
Sydney Schanberg no Camboja até 1975 e ajudou a denunciar as atrocidades do regime
de Pol Pot (1975-1979).
Quando o Khmer Vermelho
assumiu o poder, Schanberg
foi expulso do país, e Pran foi
encarcerado, torturado e condenado a trabalhos forçados.
Pran escapou da morte porque
se disfarçou de camponês iletrado. O grupo comunista perseguia as pessoas que tivessem
um grau de instrução mais elevado ou influência ocidental.
Em 1979, Pran conseguiu
fugir e se mudou para os EUA.
Ele se tornou embaixador do
Alto Comissariado da ONU
para Refugiados e fundou o
Projeto de Conscientização de
Holocausto Dith Pran.
Em 1980, Schanberg escreveu uma reportagem sobre o
amigo intitulada "A morte e a
vida de Dith Pran", título de
um livro publicado em 1985.
A história foi ainda a base do
filme "Os Gritos do Silêncio"
("The Killing Fields"), que havia sido lançado um ano antes
e recebeu três Oscars.
Foi o próprio Dith que cunhou o termo "killing fields"
(campos de extermínio), para
definir os horrores que via
-corpos e esqueletos das vítimas do Khmer Vermelho-
durante sua jornada para escapar do país.
Entre 1975 e 1979, o regime
matou 2 milhões de cambojanos -quase um terço da população do país na época.
Quando Pol Pot morreu, em
1998, Pran lamentou que o ditador nunca tenha sido julgado por seus crimes contra a
humanidade. "A busca por justiça do povo cambojano não
termina com Pol Pot", disse.
Com agências internacionais
Texto Anterior: Entrevista: Para embaixador do Brasil, votação foi "exemplar" Próximo Texto: Clérigo suspende combates no Iraque Índice
|