São Paulo, terça-feira, 31 de março de 2009

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Netanyahu assume hoje, em guinada à direita

DO "FINANCIAL TIMES"

Binyamin Netanyahu fará hoje o juramento como premiê de Israel, marcando uma guinada à direita, para um governo de "falcões" justamente enquanto o país encara crescentes críticas internacionais.
Primeiro-ministro entre 1996 e 1999, o líder do Likud (direita) governará com uma ampla coalizão, que inclui o ultradireitista Israel Beitenu, o centro-esquerdista Trabalhista e o ortodoxo Shas. O governo deverá englobar seis partidos, com propostas opostas em temas como política externa.
Mesmo no Likud, Netanyahu enfrenta disputa pelos oito cargos ministeriais destinados ao partido. Ele deve acumular a pasta das Finanças, a única das mais relevantes ainda não oferecida a seus colegas da coalizão -o Israel Beitenu ficará com a Chancelaria e os trabalhistas, com a Defesa.
Ontem, ele voltou a falar em negociações de paz, como parte de um amplo esforço para conter a preocupação internacional quanto a seu futuro governo, tido como bem menos entusiasta de um acordo com os palestinos que o atual.
"Meu governo fará o que puder para chegar a uma justa e duradoura paz com nossos vizinhos e todo o mundo árabe."
Netanyahu refuta o conceito de um Estado palestino independente -alicerce dos esforços diplomáticos desde os Acordos de Oslo (1993). Ele defende a ideia de atingir a paz fortalecendo a economia palestina e não concedendo terras.
Além das dificuldades internacionais causadas pelas denúncias de abuso na recente investida militar em Gaza, o mundo árabe repudiou a indicação de Avigdor Liberman, líder do Israel Beitenu e conhecido por seus arroubos antiárabes, como chanceler.
A inclusão dos trabalhistas na coalizão arrefeceu o temor de Netanyahu depender demais da direita. Mas, a despeito da manutenção do ex-premiê Ehud Barak como ministro da Defesa, não está claro se os trabalhistas, com 5 das 30 cadeiras no gabinete, contrabalançarão a influência da direita.


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