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Moscou vive dia de luto e medo após atentado
Homenagens às vítimas das explosões no metrô mobilizam milhares na capital russa; catedral sofre ameaça de bomba
Líder rebelde do norte do Cáucaso morto por militares no começo do mês recrutou e treinou mulheres suicidas, de acordo com jornal russo
DA REDAÇÃO
Em luto depois dos ataques a
duas estações de metrô, Moscou viveu um dia de medo ontem em meio a críticas à atuação da polícia no episódio.
Todo o sistema de metrô da
capital russa, o segundo mais
movimentado do mundo, atrás
apenas do de Tóquio, amanheceu cheio de policiais e de cães
farejadores. Entre os usuários,
semblantes sérios. "Estava no
metrô hoje quando o despertador do relógio de alguém disparou e eu pensei "pronto'", disse
a estudante Katia Vankova.
No centro de Moscou, autoridades retiraram 45 moradores
de um edifício residencial após
o encontro de um objeto estranho dentro de um veículo estacionado nas proximidades. Por
volta das 17h (10h em Brasília),
cerca de cem pessoas tiveram
de deixar a catedral de Cristo
Salvador, maior construção religiosa da capital, devido a uma
ameaça de bomba feita em um
telefonema anônimo à polícia.
Nas duas ocasiões, nenhum
artefato foi encontrado.
O atentado de anteontem foi
cometido por mulheres-bomba
no horário de pico do metrô. A
primeira foi detonada às 8h, na
estação Lubianka, e a segunda
às 8h45, na Parque Kulturi. Durante todo o dia de ontem, milhares de pessoas passaram por
ambas as estações para depositar flores e velas em altares improvisados. Houve orações.
Uma jovem morreu ontem
em decorrência dos ferimentos
sofridos em uma das explosões,
elevando a 39 o total de mortos.
Há 71 feridos internados, sendo
cinco em estado grave, segundo
o chefe do departamento de
saúde local, Andrei Seltsovski.
O que contribuiu para o clima de ontem foi a denúncia de
que a polícia sabia do risco de
uma ação terrorista no metrô
de Moscou. Segundo o jornal
"Kommersant", da abertura do
sistema, às 6h, à primeira explosão, às 8h, a polícia deteve
no metrô várias mulheres que
aparentavam ser do norte do
Cáucaso. Essa região reúne
Províncias de maioria muçulmana e vive violência separatista há mais de uma década.
O Serviço Federal de Segurança (FSB, herdeiro da KGB
soviética) atribui aos militantes
do Cáucaso a autoria do duplo
ataque em Moscou -o pior em
seis anos-, embora nenhum
grupo o tenha reivindicado.
Para a investigação russa, as
suicidas eram "viúvas negras",
mulheres ligadas aos rebeldes
mortos pelas forças russas na
região. A suspeita é que o gatilho para o ataque tenha sido a
morte do líder rebelde Said Buriatski no começo do mês, numa operação militar na República da Inguchétia. Agentes de
segurança disseram, também
ao "Kommersant", que esse líder recrutou e treinou, no Cáucaso, 30 mulheres-bomba, das
quais nove já tinham se sacrificado antes da ação no metrô.
O premiê Vladimir Putin disse ser "uma questão de honra
para as forças de segurança arrastá-los [os terroristas] dos esgotos à luz do dia". Em 1999, o
russo lançou uma guerra contra os separatistas tchetchenos
que o ajudou a conquistar a
Presidência. Em 2012, Putin
deve voltar a concorrer.
Com agências internacionais
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