São Paulo, domingo, 31 de maio de 2009

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EUA dizem não aceitar Coreia do Norte como Estado nuclear

Robert Gates, secretário da Defesa, sobe tom contra teste atômico norte-coreano
EUA enviam novos caças ao Pacífico após conversa entre Obama e o premiê japonês; Seul diz que vizinha prepara míssil de longo alcance

DA REDAÇÃO

Na resposta mais dura à Coreia do Norte desde o último domingo, quando o país fez um teste nuclear, o secretário da Defesa americano, Robert Gates, disse que os EUA não aceitarão o regime de Pyongyang como um "Estado nuclear" e que consideraria uma "grave ameaça" ao Ocidente a venda de tecnologia de armas a outros países ou grupo terroristas.
"Não vamos ficar parados enquanto a Coreia do Norte monta a capacidade de causar destruição em qualquer alvo na Ásia -ou em nós", disse Gates em uma reunião com os ministros da Defesa de Coreia do Sul e Japão em Cingapura, ontem.
O secretário ressaltou que não considera hoje o regime norte-coreano uma ameaça direta aos EUA e que não planeja enviar tropas à península Coreana, mas que o "caminho" percorrido por Pyongyang pode levar a uma "corrida armamentista" na região.
Os EUA estão reforçando, porém, seu arsenal militar no Pacífico. Doze novos caças F-12 chegaram ontem à base aérea americana de Okinawa, no Japão. O envio foi decidido após conversa entre o presidente Barack Obama e o premiê japonês, Taro Aso.
O teste nuclear de domingo -o segundo promovido pela Coreia do Norte- gerou reprovação internacional unânime, inclusive de Rússia e China, principais aliados de Pyongyang. Ontem, em conversa telefônica, o presidente russo, Dmitri Medvedev, e Aso concordaram sobre a "necessidade de uma resposta mais séria" à ação norte-coreana.
A tensão regional aumentou ao longo da semana, após o teste de domingo, com os seis mísseis de curto alcance disparados pelos norte-coreanos. Seul reagiu aderindo a uma iniciativa americana de controle marítimo regional, o que, por sua vez, fez com que Pyongyang declarasse que qualquer "escaramuça" na fronteira poderia levar a um confronto direto.
A Coreia do Norte também disse que considera invalidado o armistício de 1953 que pôs fim, na prática, à guerra entre as duas Coreias.
O que está por trás da escalada norte-coreana é incerto, mas o regime do ditador Kim Jong-il pode estar repetindo a tática de ameaçar militarmente para barganhar concessões ao seu empobrecido e isolado país.
"Talvez a Coreia do Norte tenha erroneamente acreditado que seria recompensada por seu comportamento", disse ontem o ministro da Defesa sul-coreano, Lee Sang-hee.

Sanções
A Coreia do Norte abandonou em abril as negociações internacionais sobre seu desarmamento, depois de receber críticas e sanções pelo lançamento de um foguete.
O Conselho de Segurança (CS) da ONU está redigindo novas sanções ao país, mas restrições similares -impostas após o primeiro teste atômico da Coreia do Norte, em 2006- tiveram pouco efeito prático.
A Coreia do Norte prometeu reagir a novas sanções com novos disparos de mísseis no mar do Japão. Ontem, a Coreia do Sul disse que seus satélites espiões detectaram que o vizinho do norte pode estar preparando mais um lançamento de projétil de longo alcance.
Com agências internacionais




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