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China resiste a endossar cerco a Pyongyang
Em reunião regional, premiê não condena o aliado por suposto ataque a navio de Seul
DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS
A China evitou ontem, em
uma cúpula trilateral com Japão e Coreia do Sul -em solo
sul-coreano-, somar voz ao
coro das condenações internacionais à Coreia do Norte
pelo suposto ataque a um navio de Seul no fim de março.
Sob pressão dos vizinhos e
sobretudo dos EUA, o premiê
da China, Wen Jiabao, resumiu-se, em seus comentários
sobre o caso, a dizer que "a
tarefa urgente do momento é
lidar apropriadamente com o
impacto causado pelo caso".
"[É preciso] gradualmente
reduzir as tensões sobre o incidente do [barco de guerra
sul-coreano] Cheonan e conter eventual conflito", disse.
Pequim, principal aliado
de Pyongyang, manteve ainda sua posição de não endossar as investigações internacionais -levadas a cabo por
Seul, Washington e aliados-
, que atribuíram o naufrágio
a torpedo disparado por submarino da Coreia do Norte.
CAUTELA CHINESA
Pequim teme que a intensificação do cerco ao aliado
mine o regime do ditador
Kim Jong-il, causando crise
de proporções imprevisíveis
em sua fronteira com o país.
A relutância chinesa compromete ainda os esforços de
Seul e Washington de levar o
caso ao Conselho de Segurança da ONU para aplicar
nova rodada de sanções contra Pyongyang.
A expectativa é que a China exerça seu poder de veto
no órgão ou então aceite aplicar punição mais abrandada.
A mais recente rodada de
sanções da ONU contra a Coreia do Norte foi aplicada há
cerca de um ano, logo após o
país promover o segundo teste nuclear de sua história -e
analistas avaliam que a ação
debilitou significativamente
a já fraca economia do país.
DETERIORAÇÃO
Desde o naufrágio do navio, que resultou na morte de
46 sul-coreanos -fazendo do
caso o incidente militar mais
fatal na península desde a
Guerra da Coreia (1950-53)-,
as rivais se envolveram em
uma espiral de retaliações.
Há uma semana, a Coreia
do Sul anunciou o congelamento das relações comerciais, retomada da transmissão de propaganda antirregime na fronteira e a promoção
de exercícios naval-militares
na região do incidente, na divisa marítima ocidental.
Em resposta, a Coreia do
Norte, que nega responsabilidade no episódio, rompeu
as relações com a vizinha, interrompeu o tráfego sobre o
seu território e ameaça impedir o funcionamento do único parque industrial mantido
em cooperação com o Sul.
Ontem, o presidente sul-coreano, o conservador Lee
Myung-bak, afirmou que seu
país "não tem medo da guerra, mas tampouco a deseja".
O premiê chinês, que expressou condolências aos familiares das vítimas do naufrágio, embarcou ainda ontem para Tóquio, onde terá
novo encontro com seu colega japonês, Yukio Hatoyama.
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