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AÇÃO OUSADA
Reféns foram tirados de missa e colocados em caminhões, em ação atribuída ao grupo Exército de Libertação Nacional
Guerrilha colombiana sequestra 99 em igreja
das agências internacionais
Três pessoas morreram durante
o sequestro de pelo menos 99 pessoas em uma igreja católica da cidade de Cali, no sudoeste da Colômbia. Até a noite de ontem, 74
haviam sido liberadas.
Segundo as autoridades, os responsáveis pela ação pertencem ao
ELN (Exército de Libertação Nacional), segundo maior grupo
guerrilheiro de esquerda no país,
cujas forças são calculadas em
5.000 homens.
Os reféns foram abandonados
pelos rebeldes e recolhidos por helicópteros do Exército. Alguns
aproveitaram-se da pressão dos
militares sobre o grupo para fugir.
Segundo o Exército colombiano,
um guarda-costas foi morto quando o grupo invadiu a igreja. Outros
dois rebeldes foram mortos durante a perseguição.
O grupo de cerca de 50 guerrilheiros chegou pela manhã à igreja,
no bairro de classe alta de Cidade
Jardim no sul da cidade, em caminhões.
Depois de imobilizar os guarda-costas de pessoas que estavam próximas ao templo, entraram na
igreja e obrigaram os fiéis, inclusive o padre Eduardo Cadavid, a
acompanhá-los a uma zona montanhosa próxima à cidade, na cordilheira dos Andes. A área é controlada pelo grupo.
O número de reféns pode ser ainda maior. Representantes da igreja
afirmam que havia 150 pessoas no
local. O prefeito de Cali, Ricardo
Cobo, não soube informar o número exato de reféns.
Na fuga, os rebeldes abandonaram dois caminhões e roubaram
vários veículos particulares.
Outras ações
Em 12 de abril, guerrilheiros do
ELN desviaram de sua rota um
avião da companhia aérea colombiana Avianca e o fizeram aterrissar em uma pista abandonada da
costa norte do país. Até agora, foram liberados 16 reféns. Ainda são
mantidas em cativeiro 25 pessoas.
O ELN e as Farc (Forças Armadas
Revolucionárias da Colômbia)
controlam 40% do território colombiano. O país vive uma guerra
interna, em que se enfrentam
guerrilheiros, forças do governo e
paramilitares de direita.
Os grupos guerrilheiros e os paramilitares usam os sequestros como forma de financiar suas atividades e para pressionar o governo
para obter vantagens nos processos de paz. A Colômbia é o país recordista em sequestros. A média
anual é de mil casos.
No último dia 21, o grupo paramilitar AUC (Autodefesas Unidas
da Colômbia) sequestrou a senadora negra Piedad Córdoba, exigindo participar das negociações
de paz conduzidas pelo governo
com as Farc.
Na semana passada, divergências em relação à condução do processo de paz geraram uma crise na
cúpula militar colombiana. O ministro da Defesa, Rodrigo Lloreda,
renunciou após expressar discordância em relação à desmilitarização de uma zona de 42 mil km 2 no
sudeste do país.
O Exército colombiano retirou as
suas forças do local, controlado
pelos guerrilheiros. Há denúncias
de que os rebeldes levem reféns para a área. O presidente Andrés Pastrana afirma ter controlado a crise
e nomeou, no sábado, Luis Fernando Ramírez para o cargo.
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