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TRIÂNGULOS ROXOS
Alemã se recusava a fazer saudação hitlerista
da Redação
A alemã Magdalena Kusserow,
testemunha-de-Jeová, foi enviada aos 17 anos à prisão juvenil de
Vechta. Dez meses depois, transferiram-na para o campo de concentração de Ravensbrück, onde
permaneceu três anos e meio, até
o fim da Segunda Guerra, em 45.
"Eu me recusava a dizer "Heil
Hitler" e a apoiar o regime. Ele
(Hitler) queria ser o Messias, e
nós não o reconhecíamos como o
Messias", disse à Folha, em São
Paulo. Seu pai, que foi preso três
vezes, lhe ensinou que a saudação significava dizer: "A salvação
provém de Hitler". E "a salvação
só vem de Cristo", afirma.
Das 132 mil pessoas que passaram pelo campo de Ravensbrück, onde ela ficou, 117 mil
morreram. Havia cerca de 300
testemunhas-de-Jeová no local.
Sua mãe, Hilda, e sua irmã Hildegard também foram enviadas
a Ravensbrück. Dois irmãos dela
foram mortos pelos nazistas.
Wolfgang foi degolado na prisão
de Brandenburg, e Wilhelm foi
fuzilado em Münster.
Em Ravensbrück, Magdalena
podia escrever apenas uma carta,
com no máximo seis linhas, por
mês. Ela lembra quando "irmãs
de fé" -testemunhas-de-Jeová- do campo lhe informaram
sobre a morte de Wolfgang.
A cientista política norte-americana Rochelle Saidel, que pesquisa a situação das mulheres
sob o regime nazista, visitou o
campo três vezes. Segundo ela,
Ravensbrück havia sido desenvolvido para mulheres, supostamente para funcionar como um
campo de trabalhos forçados
-algumas eram escravas numa
cidade próxima ao local.
Saidel afirma que elas eram
mortas por tortura, fuzilamento,
injeções letais e em experiências
médicas. No final da guerra, o
campo passou a ter sua própria
câmara de gás.
(PDF)
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