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PROBLEMA DE IMAGEM
Escritório ligado à Casa Branca pretende melhorar imagem do país; Europa e Oriente Médio são prioridades
Bush cria órgão contra antiamericanismo
DA REDAÇÃO
Buscando atenuar o antiamericanismo existente nos países islâmicos e em outras partes do planeta, os EUA anunciaram ontem
a criação do Escritório de Comunicações Globais, que terá como
tarefa tentar melhorar a imagem
internacional do país, de acordo
com a Casa Branca.
Autoridades americanas citaram o Oriente Médio e a Europa
ao falar do tema. Para elas, trata-se de duas áreas-chave em que os
EUA têm um "problema de imagem". Os árabes crêem que o governo americano seja pró-Israel, e
os europeus estão descontentes
com o unilateralismo que, segundo eles, tem marcado a política
externa da administração de
George W. Bush.
O novo escritório, que, essencialmente, coordenará a ação de
várias agências do Departamento
de Estado e de outros departamentos, buscará explicar "o que é
a América e por que ela faz o que
faz", de acordo com Ari Fleischer,
porta-voz da Casa Branca.
Coincidentemente, também
ontem, o Conselho sobre Relações Internacionais, um instituto
com sede em Nova York, divulgou um relatório sobre o assunto,
exortando Bush a "melhorar a
imagem desgastada" dos EUA no
restante do mundo antes que um
sentimento negativo mine os interesses do país.
"Em todo o mundo, da Europa
ao Extremo Oriente, muitas pessoas classificam os EUA de arrogantes, de hipócritas, de autocentrados e de excessivamente autoconfiantes, desprezando os outros. Devemos perceber que "problemas de imagem" e "política externa" não são coisas separadas:
eles fazem parte de um todo", diz
o relatório do Conselho sobre Relações Internacionais.
O texto afirma, no entanto, que
Bush não deve alterar a política
externa dos EUA apenas para tornar o país mais popular, salientando a importância da "comunicação com outros países".
O novo escritório é um tipo de
extensão da operação de disseminação de informações lançada pela Casa Branca logo após o início
da sua "guerra ao terrorismo". Ele
é fruto do trabalho de Karen Hughes, uma antiga assessora de
Bush -que deixou suas funções
oficiais no início deste mês. Todavia, segundo autoridades americanas, ela continuará estreitamente ligada ao novo escritório.
Os EUA têm sido alvo de uma
onda de antiamericanismo -sobretudo nos países islâmicos-
por conta da campanha militar
iniciada após os atentados suicidas de 11 de setembro último e da
convicção popular de que Washington é favorável a Israel em detrimento dos palestinos.
"Reconhecendo o fato de que
estamos envolvidos numa guerra
global ao terrorismo, o presidente
crê na necessidade de que a Casa
Branca tenha um papel crucial
nas comunicações internacionais", declarou Fleischer.
O novo escritório, que deverá
começar suas atividades em "alguns meses", será diretamente ligado à Casa Branca e trabalhará
ao lado do Departamento de Estado. "Trata-se de um sinal da importância que o presidente dá ao
modo como os outros países
vêem os EUA", afirmou Fleischer.
O Centro de Informação da
Coalizão, um órgão com filiais em
Londres (Reino Unido) e em Islamabad (Paquistão), foi criado em
26 de outubro último, pois Washington se inquietava com a possibilidade de que a resposta aos
atentados suicidas pudesse ser
malvista internacionalmente.
Ele também tinha como objetivo vencer a guerra de informações travada com o Taleban, que
governava o Afeganistão à época.
Segundo Fleischer, o novo escritório não será um centro de "informação estratégica" como o anterior, que foi fechado pelo Pentágono em fevereiro último -depois que notícias divulgadas pela
imprensa americana davam conta de que o escritório poderia estar disseminando informações falsas para auxiliar a política de defesa dos EUA.
Países árabes
À época, o centro foi responsável pela abertura da Radio Sawa, que transmite programas para países árabes. Ela atinge a Jordânia, o Kuait, os Emirados Árabes
Unidos, o Iraque, o Egito, o Líbano e a Síria. Segundo autoridades
americanas, a rádio é um sucesso.
"Atualmente, podemos dizer que a Europa e o Oriente Médio são prioritários, mas o escritório também levará em consideração o que acontece na Ásia, na África
e na América Latina", afirmou um funcionário do governo, que
não quis identificar-se.
Com agências internacionais
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