São Paulo, sábado, 31 de julho de 2004

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ORIENTE MÉDIO

Um americano, um britânico e um irlandês foram capturados em novo episódio da onda de seqüestros na região

Palestinos seqüestram e soltam estrangeiros

Mohammed Abed - 29.jul.2004/France Presse
Garoto palestino senta sobre as ruínas de um prédio demolido pelo Exército israelense em Gaza


DA REDAÇÃO

Homens armados palestinos seqüestraram ontem três estrangeiros-um americano, um britânico e um irlandês que são voluntários de um grupo cristão- em Nablus, na Cisjordânia ocupada, segundo fontes ligadas às forças de segurança palestinas. Mas os três foram soltos sem ferimentos horas depois, de acordo com as mesmas fontes.
Quatro homens armados palestinos seqüestram os três, que dão aulas de inglês em Nablus, quando eles voltavam para casa. Os estrangeiros ficaram no cativeiro cerca de duas horas e foram soltos depois que a polícia palestina cercou o local em que eles estavam, situado no campo de refugiados de Balata, de acordo com as mesmas fontes.
A ação é a última de uma série de seqüestros que começou no início do mês na faixa de Gaza, com a captura e a libertação, pouco depois, de um chefe de polícia local e de quatro trabalhadores voluntários franceses. Seus captores na época exigiram reformas anticorrupção na Autoridade Nacional Palestina (ANP), presidida por Iasser Arafat.
Até o fechamento desta edição, não havia informação sobre o motivo do seqüestro em Nablus, cidade que vem sofrendo com o aumento da ação de gangues armadas diante da inoperância da ANP, bastante alvejada por ataques do Exército israelense.
O grupo terrorista Brigadas dos Mártires de Al Aqsa -que é ligado ao Fatah, movimento político de Arafat- disse que os seqüestradores podem pertencer a uma dissidência do grupo.
O seqüestro de estrangeiros é uma das armas que mais produziram resultados para os insurgentes iraquianos. Desde abril, dezenas de estrangeiros que trabalham para empresas envolvidas nas obras de reconstrução do Iraque foram capturados.
Há poucos dias, o governo das Filipinas decidiu retirar os 51 soldados do país que integravam as forças de paz para cumprir as exigências dos seqüestradores, que ameaçavam matar um filipino que trabalhava como motorista de caminhão. Uma empresa saudita também anunciou que sairia do Iraque após o seqüestro de seus funcionários no país.
Estudantes ou missionários estrangeiros que atuam na Cisjordânia e em Gaza, territórios palestinos ocupados por Israel desde a guerra de 1967, são geralmente simpatizantes da causa palestina.
Após os distúrbios em Gaza, Arafat prometeu fazer mudanças na ANP para combater a corrupção e melhorar a segurança, mas o anúncio foi visto com ceticismo.

Jenin
Membros das Brigadas dos Mártires de Al Aqsa atearam fogo a um prédio governamental em Jenin, também na Cisjordânia, depois que o prefeito se recusou a pagar salário aos membros do grupo ou a cooperar com eles, segundo disse à agência de notícias Reuters um líder do grupo.

Com agências internacionais


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