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Na Nigéria, líder rebelde é preso e morto sob custódia
Mohammed Yusuf era o chefe do grupo que deflagrou onda de violência no país
Governo não esclareceu as circunstâncias da morte do chefe fundamentalista; confrontos sectários já fizeram mais de 280 mortos
France Presse
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Casa suspeita de abrigar radicais, incendiada por militares
DA REDAÇÃO
O líder do grupo islâmico nigeriano Al-Sunna wal Jamma
foi capturado ontem pelas forças de segurança da Nigéria e
foi declarado morto pouco
tempo depois, informou um
porta-voz da polícia. Quando
foi detido, Mohammed Yusuf
estava consciente e não tinha
ferimentos visíveis, segundo
testemunhou um repórter da
agência de notícias Reuters.
De acordo com um porta-voz
do governo de Borno, Estado
no nordeste nigeriano onde o
líder fundamentalista foi preso,
Yusuf foi morto a tiros enquanto estava sob custódia das autoridades, que não deram maiores explicações. Uma TV local
filmou o corpo de Yusuf.
A morte do chefe do grupo
extremista pode provocar mais
violência, a despeito do eventual enfraquecimento de seus
seguidores pela ofensiva do governo, iniciada anteontem.
Yusuf era procurado pela polícia desde que foi deflagrada,
no domingo, uma onda de violência, protagonizada por seu
grupo, contra a polícia.
Anteontem, a polícia invadiu
sua base, e Yusuf e 300 de seus
seguidores escaparam. A polícia começou, então, uma perseguição de busca casa por casa
até encontrá-lo, ontem, em
Maiduguri, capital de Borno.
Mais de cem pessoas foram
mortas pela polícia durante a
operação.
Grupos de direitos humanos
afirmaram que as forças de segurança mataram pedestres e
outros civis. Um porta-voz dos
militares negou as acusações e
disse que era impossível para os
ativistas discernir quem era civil e quem era membro do grupo islâmico.
Os choques entre os militantes e as forças de segurança deixaram mais de 280 pessoas
mortas, em quatro Estados no
nordeste do país. Além disso, os
confrontos geraram cerca de
4.000 refugiados. Dezenas de
pessoas foram presas.
Os extremistas defendem
uma aplicação mais ampla da
sharia na Nigéria, onde a lei islâmica já vigora em 12 dos 36
Estados -todos do norte do
país, inclusive onde aconteceram os confrontos.
Moradores da região também se referem aos fundamentalistas como "Boko Haram",
que, no dialeto local significa
"educação ocidental é um pecado". A polícia diz que os militantes são do Taleban, apesar
de não haver nenhuma conexão conhecida entre os nigerianos e aquele grupo.
A onda de ataques começou
depois de a polícia ter realizado
uma série de operações contra
o grupo nigeriano, nas quais armas foram apreendidas, e nove
militantes foram presos, suspeitos de ter planejado um ataque a um posto policial em Bauchi. No sábado, em uma das incursões policiais, um líder dos
rebeldes foi morto, o que pode
ter sido o estopim dos choques,
que visaram as autoridades.
Com agências internacionais
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