São Paulo, sábado, 31 de julho de 2010

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Obama pode bater recorde de deportação

Segundo estimativa do próprio governo, 400 mil imigrantes ilegais devem ser forçados a deixar EUA neste ano

Número é 10% maior do que em 2008, ainda sob o governo George W. Bush; intenção é atrair votos dos conservadores


ANDREA MURTA
ENVIADA ESPECIAL A PHOENIX (ARIZONA)

Enquanto critica a nova lei de imigração do Arizona, o governo do presidente Barack Obama se move a passos largos para bater um recorde de deportações de imigrantes ilegais em 2010, com estimadas 400 mil pessoas forçadas a deixar os EUA.
A nova lei SB 1070 enfrenta processos judiciais por supostamente levar a racismo contra latinos e usurpar responsabilidades federais sobre controle migratório.
Ela torna crime estadual (e não só federal) estar no Arizona sem visto e exige que policiais chequem status migratórios após parar alguém por qualquer infração -essa parte foi suspensa até o fim dos processos.
O número, calculado pela própria agência federal de imigração (ICE), é 10% maior que o de 2008 -ainda sob o ex-presidente George W. Bush (2001-2009)- e 25% maior que no ano anterior.
O governo afirma que o principal alvo das deportações são ilegais que foram presos por outros motivos e depois tiveram o status migratório checado, algo comum no Arizona. Mas na prática, diz o diretor do ICE, John Morton, pouco menos da metade das deportações é de indivíduos com ficha criminal.
O reforço do governo nas deportações é intencional. O objetivo é angariar apoio político entre conservadores.
Apesar de o processo judicial que o Departamento da Justiça dos EUA move contra a lei do Arizona reclamar que o Estado quer aplicar ações anti-imigração que são de responsabilidade federal, Obama aumentou o número de acordos que permitem a policiais de municípios agir como oficiais de imigração.
Os acordos e o investimento em programas que checam o status legal de presos para deportar os que estão no país ilegalmente eram políticas defendidas por Bush.
Mas Obama trocou batidas em locais de trabalho por auditorias em empresas. Mais de US$ 6,4 milhões em multas foram aplicadas contra empregadores acusados de contratar ilegais desde 2008.


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