JOÃO SANDRINI
DE BUENOS AIRES

Milhares de piqueteiros, sindicalistas e integrantes de partidos de esquerda bloquearam as principais vias de acesso a Buenos Aires ontem para pedir que haja eleição para todos os cargos políticos, não só para presidente.
Também houve manifestações em outras grandes cidades argentinas. Segundo Víctor de Gennaro, líder da terceira maior central sindical do país, a CTA, cerca de 100 mil pessoas participaram dos diversos protestos.
A campanha por eleições gerais tem sido liderada pelos dois principais pré-candidatos de oposição à Presidência, a deputada Elisa Carrió e o deputado Luis Zamora.
Ambos avaliam que, em caso de vitória da oposição na eleição presidencial de março, não haveria condições de governabilidade sem a renovação do Congresso.
Além dos pedidos por eleições gerais, o presidente Eduardo Duhalde também começou a enfrentar ontem pressões empresariais para antecipar a eleição para dezembro. O FMI (Fundo Monetário Internacional) disse anteontem que questões políticas atrapalham o fechamento de um acordo com a Argentina.

Líder
O ex-presidente Adolfo Rodríguez Saá (2001) reuniu na noite de anteontem 10 mil pessoas em um ginásio de Buenos Aires para o lançamento oficial de sua pré-candidatura à Presidência pelo Partido Justicialista (peronista).
Com um discurso populista, Rodríguez Saá, que lidera as pesquisas de intenção de voto, prometeu "iniciar uma revolução nacional e popular" e disse que a aliança dos últimos presidentes argentinos com setores que dominam a economia e as finanças levou à "destruição" do país.


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