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ÁSIA
Para Tóquio, reunião histórica visa normalizar relações, no momento em que Pyongyang sofre pressão de Washington
Premiês japonês visitará a Coréia do Norte
HANS GREIMEL
DA ASSOCIATED PRESS, EM TÓQUIO
Procurando lançar uma ponte
sobre uma das últimas divisões
deixadas pela Guerra Fria, o primeiro-ministro do Japão, Junichiro Koizumi, anunciou ontem
planos para uma inusitada reunião com o líder norte-coreano,
Kim Jong Il, em 17 de setembro.
Será a primeira visita de um dirigente japonês ao recluso país comunista e a primeira de um chefe
de Estado importante desde que o
presidente norte-americano,
George W. Bush, acusou Pyongyang de integrar o ""eixo do mal".
A Coréia do Norte saudou a visita como ""ocasião importante", e
a Coréia do Sul está otimista,
achando que ela pode levar Washington e Pyongyang a chegarem
mais perto de um diálogo. Mas
analistas políticos desaconselham
as expectativas muito grandes. O
Japão governou a península coreana como colônia entre 1919 e
1945, e a animosidade entre os
dois países ainda é intensa.
Koizumi reconheceu o problema, mas disse que a visita é crucial
para normalizar as relações.
A viagem, cuja organização levou um ano, vai realçar as abordagens distintas de Tóquio e
Washington em relação à Coréia
do Norte. Enquanto o Japão vem
buscando uma abertura gradativa
dos canais diplomáticos, os EUA
condicionam o diálogo ao desarmamento norte-coreano. Koizumi enfatizou que discutiu a visita
com os presidentes Bush e Kim
Dae-jung, da Coréia do Sul.
Analistas qualificaram o gesto
de Koizumi de surpreendente e
ousado. ""Acho que não será fácil
avançar nos pontos difíceis", disse Masumi Ishikawa, professor
emérito de política na Universidade Obirin, japonesa. ""Mas o
simbolismo é muito importante."
O professor de política Takashi
Inoguchi, da Universidade de Tóquio, acredita que a Coréia do
Norte queria se aproximar do Japão porque estaria preocupada
com a possibilidade de um ataque
dos EUA. Anteontem, o subsecretário de Estado dos EUA, John
Bolton, disse em Seul que a Coréia do Norte é ""um regime malévolo
fortemente armado".
Tradução de Clara Allain
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