|
Próximo Texto | Índice
OSCE culpa Geórgia por guerra, diz revista
Segundo a "Spiegel", Organização para a Segurança e Cooperação na Europa avalia que "erros de Tbilisi levaram à crise" no Cáucaso
Órgão também verifica se
país cometeu crimes de
guerra; governo georgiano
diz que Moscou impede o
retorno de 28 mil refugiados
DA REDAÇÃO
Informações obtidas por observadores militares da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa aumentam
a responsabilidade da Geórgia
pela crise na Ossétia do Sul, no
início deste mês, informa a revista alemã "Der Spiegel" na
edição que circula amanhã.
Segundo a publicação, "comunicados transmitidos de
forma informal" ao governo
alemão indicam que, para os
observadores, "os maciços erros de comportamento do governo da Geórgia levaram à
erupção da crise" e que o país
teria preparado intensamente
a ação militar contra a região
separatista.
A "Spiegel" afirma que as informações em posse da OSCE
lidam com a possibilidade de
que as tropas georgianas tenham cometido crimes de
guerra, atacando civis enquanto dormiam.
A revista alemã lembra que
Tbilisi lançou sua ofensiva contra a região no dia 7, antes que
os tanques russos entrassem
no túnel de Roki, que separa os
dois países.
Refugiados
O governador de Gori, cidade
da Geórgia ocupada pela Rússia
durante o conflito, acusou
Moscou de estar impedindo
cerca de 28 mil refugiados de
retornarem a suas casas, por
meio de postos de controle e
patrulhamento do mar Negro.
"Os russos possuem postos
de controle, e nós não estamos
conseguindo trazer essas pessoas de volta. A ameaça de forças paramilitares e roubos também é muito grande", afirmou
Lado Vardzelashvili.
Moscou rebateu afirmando
que está dentro de seus direitos, previstos no cessar-fogo,
manter observadores em área
fora das áreas rebeldes.
Ontem, a porta-voz do Alto
Comissariado da ONU para Refugiados na região, Melita Sunjic, disse que os russos estão dizendo aos refugiados que a segurança não poderá ser garantida se voltarem a suas casas.
Mais observadores
Em conversa telefônica com
o premiê britânico, Gordon
Brown, o presidente russo,
Dmitri Medvedev, pediu ontem
que os europeus sejam mais
"objetivos" e que enviem mais
observadores à região.
Medvedev também afirmou
que espera "um diálogo construtivo com a UE e outras organizações internacionais".
Amanhã ocorre uma cúpula
da UE para discutir a resposta
do bloco às ações de Moscou.
O conflito eclodiu quando a
Geórgia invadiu a Ossétia do
Sul, que desde 1992 estava por
acordos internacionais, na prática, sob a tutela russa.
Em resposta, os russos retomaram aquele território, ocuparam outra região rebelde, a
Abkházia, e chegaram a enviar
soldados a outros pontos. O
acordo de cessar-fogo, negociado seis dias depois pela UE,
permite que tropas russas ocupem na Geórgia apenas uma
zona-tampão junto às divisas
das duas regiões separatistas.
Com agências internacionais.
Próximo Texto: Líder das Mães da Praça de Maio leva política à cozinha Índice
|