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Cresce número de suspeitas de fraude nas eleições afegãs
Com 700 denúncias, data inicialmente prevista para anúncio oficial de resultados deve ser adiada
DA REDAÇÃO
As denúncias de irregularidades nas eleições presidenciais do Afeganistão, realizadas
no último dia 20, chegaram a
quase 700 no mais novo balanço da Comissão Eleitoral Independente. O volume de acusações preocupa, já que deve atrasar a divulgação oficial do vencedor e a formação do novo governo, mantendo o cenário de
instabilidade no país.
A oficialização do resultado,
inicialmente prevista para 17
de setembro, só poderá ser feita
depois de concluídas as investigações de fraudes.
De acordo com os primeiros
resultados parciais -com a
apuração de 35% das seções
eleitorais-, o atual presidente,
Hamid Karzai, está liderando,
com 46,2% dos votos, menos
que os 50% mais um necessários para evitar o segundo turno. O candidato opositor Abdullah Abdullah aparece em segundo lugar, com 31,4%.
Para Scott Worden, membro
americano da comissão independente responsável por receber denúncias de fraude nestas
eleições, a data prevista inicialmente não é viável para a divulgação dos resultados. "Nossa
prioridade é nos certificar de
que todas as denúncias que poderiam afetar o resultado foram apuradas", disse.
Nader Nadery, da Fundação
para uma Eleição Livre e Justa
no Afeganistão, o maior grupo
local de observação das eleições, disse que a comissão não
tem pessoal suficiente para investigar as acusações em um
prazo tão apertado. Segundo
ele, foram registrados casos de
menores votando e de cidadãos
que tentaram votar várias vezes, no lugar de quem não compareceu às urnas.
Abdullah, de quem partiu
grande parte das denúncias,
acusa Karzai de usar verbas do
Estado para fraudar as eleições
e afirma que algumas urnas na
região sul do país tiveram índice de comparecimento de 10%,
enquanto os relatórios dizem
que esse número foi de 40%. O
governo diz que Abdullah não
tem como provar o que afirma.
O dia da votação foi marcado
pelo baixo comparecimento de
eleitores, devido às ameaças do
Taleban de boicote com atentados. Segundo estimativas dos
observadores, caiu de 70% em
2004 para entre 40% e 50%.
Com agências internacionais
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