São Paulo, segunda-feira, 31 de agosto de 2009

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Cresce número de suspeitas de fraude nas eleições afegãs

Com 700 denúncias, data inicialmente prevista para anúncio oficial de resultados deve ser adiada

DA REDAÇÃO

As denúncias de irregularidades nas eleições presidenciais do Afeganistão, realizadas no último dia 20, chegaram a quase 700 no mais novo balanço da Comissão Eleitoral Independente. O volume de acusações preocupa, já que deve atrasar a divulgação oficial do vencedor e a formação do novo governo, mantendo o cenário de instabilidade no país.
A oficialização do resultado, inicialmente prevista para 17 de setembro, só poderá ser feita depois de concluídas as investigações de fraudes.
De acordo com os primeiros resultados parciais -com a apuração de 35% das seções eleitorais-, o atual presidente, Hamid Karzai, está liderando, com 46,2% dos votos, menos que os 50% mais um necessários para evitar o segundo turno. O candidato opositor Abdullah Abdullah aparece em segundo lugar, com 31,4%.
Para Scott Worden, membro americano da comissão independente responsável por receber denúncias de fraude nestas eleições, a data prevista inicialmente não é viável para a divulgação dos resultados. "Nossa prioridade é nos certificar de que todas as denúncias que poderiam afetar o resultado foram apuradas", disse.
Nader Nadery, da Fundação para uma Eleição Livre e Justa no Afeganistão, o maior grupo local de observação das eleições, disse que a comissão não tem pessoal suficiente para investigar as acusações em um prazo tão apertado. Segundo ele, foram registrados casos de menores votando e de cidadãos que tentaram votar várias vezes, no lugar de quem não compareceu às urnas.
Abdullah, de quem partiu grande parte das denúncias, acusa Karzai de usar verbas do Estado para fraudar as eleições e afirma que algumas urnas na região sul do país tiveram índice de comparecimento de 10%, enquanto os relatórios dizem que esse número foi de 40%. O governo diz que Abdullah não tem como provar o que afirma.
O dia da votação foi marcado pelo baixo comparecimento de eleitores, devido às ameaças do Taleban de boicote com atentados. Segundo estimativas dos observadores, caiu de 70% em 2004 para entre 40% e 50%.


Com agências internacionais


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