São Paulo, terça-feira, 31 de agosto de 2010

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Em Minas, emigrar custa até R$ 26 mil

DE SÃO PAULO

Entrar nos EUA pela fronteira do México, ilegalmente, com a ajuda de agenciadores, tem sido o caminho de 74% dos emigrantes das cidades próximas a Governador Valadares (leste de Minas Gerais).
De lá saíram Juliard Fernandes, 20, e Hermínio dos Santos, 24, vítimas da chacina no México.
Os números, referentes a 2010, são de um monitoramento sobre migração regional mantido há oito anos pela socióloga Sueli Siqueira na Universidade Vale do Rio Doce, de Governador Valadares.
Nessa cidade, o número de pessoas que vão aos EUA através do México é menor, 41%. Em Sardoá, de onde saiu Hermínio, o índice chega a 81%.
Segundo a pesquisa, os emigrantes pagam entre US$ 9.000 (R$ 15 mil) e US$ 15 mil (R$ 26 mil) pelo serviço de migração ilegal.
O valor é parcelado em até dois anos, e bens como casas e carros dados como garantia. Os atravessadores moram na região e têm contatos fora do país.
Segundo Cristiano Campidelli, delegado da Polícia Federal em Governador Valadares, há casos de extorsão, ameaça de morte e homicídios dos atravessadores contra familiares de devedores.
O boom da migração local ocorreu durante a crise econômica dos anos 1980. Anos depois, essas pessoas passaram a levar moradores de cidades vizinhas, muitas vezes para trabalhar em negócios dos próprios brasileiros.
Campidelli afirma que o apoio da população à emigração dificulta ações.
Ele diz que operações para coibir o agenciamento são constantes na região. Mas a ausência de lei específica dificulta o trabalho. (FILIPE MOTTA)


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