São Paulo, quarta-feira, 31 de agosto de 2011

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Rebeldes dão ultimato a aliados de Gaddafi

Conselho Nacional de Transição dá prazo até sábado para apoiadores do regime entregarem redutos do ditador

Neta de Gaddafi nasce a caminho da Argélia, que afirma ter sido "humanitária" decisão de receber a família


Sergey Ponomarev/Associated Press
Rebelde vigia estrada entre Misrata e Sirte, bastião do regime

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

A liderança rebelde na Líbia deu prazo até sábado para que as forças leais ao ditador Muammar Gaddafi se rendam e entreguem os últimos redutos do regime, em especial, a cidade de Sirte.
Se o ultimato não for cumprido, os rebeldes prometem usar sua força militar para tomar os bastiões de Gaddafi. Em 16 de março, um ultimato semelhante -mas vindo do regime- motivou a intervenção estrangeira no país.
Na época, Gaddafi deu menos de 24 horas para que os moradores de Benghazi deixassem as áreas onde estavam rebeldes e depósitos de armas antes que tropas do regime "limpassem" a cidade. Três dias depois, aviões franceses bombardeavam a Líbia.
"Se não houver indicações de uma saída pacífica até sábado, vamos nos impor militarmente. Não é o que desejamos, mas não podemos esperar mais", disse o presidente do CNT (Conselho Nacional de Transição), Mustafa Abdel Jalil, em Benghazi.
Os rebeldes já mantêm cerco próximo a Sirte, cidade natal do ditador, que se tornou o símbolo da resistência do regime. Outras duas cidades -Bani Walid e Sabha- estão na mira da oposição.
Segundo a agência italiana Ansa, "fontes diplomáticas" revelaram que Gaddafi esteve na última segunda-feira em Bani Walid, a 100 km de Trípoli, acompanhado dos filhos Sail al Islam e Saadi.
Um ex-guarda-costas de Khamis, outro filho do ditador, assegurou ter visto Gaddafi na última sexta-feira em Trípoli. Ele ainda disse que o líder teria seguido até Sabha, no deserto ao sul do país.
Em Trípoli, Ali Tarhuni, vice-primeiro-ministro rebelde, disse que a oposição tem "uma boa ideia" de onde o ditador está escondido. "Não temos dúvida nenhuma de que vamos capturá-lo", disse. Tarhuni, no entanto, disse não ter provas sobre a morte do caçula Khamis, em um confronto no domingo.

ASILO HUMANITÁRIO
O governo da Argélia tentou justificar ontem o abrigo dado à mulher de Gaddafi, Safia, seus filhos Aisha e Hannibal e o enteado Mohammad, como uma decisão "estritamente humanitária".
Segundo o Ministério da Saúde argelino, a autorização foi dada depois que a filha de Aisha nasceu no meio do caminho para a Argélia. "A hospitalidade é sagrada", justificou o embaixador argelino para a ONU, Mourad Benmehidi. O grupo de mais de 30 pessoas teria esperado 12 horas até a liberação.
O jornal argelino "El Chorouk" disse que o governo está decidido a entregar Gaddafi ao Tribunal Penal Internacional se ele entrar no país. O governo também resolveu fechar uma parte da fronteira.


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