São Paulo, quarta-feira, 31 de agosto de 2011

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Casa Branca divulga manual sobre o 11/9

Textos instruem a lidar com o décimo aniversário dos atentados e chamam Al Qaeda de ameaça quase irrelevante

Governo afirma que objetivo deve ser o de "apresentar narrativa positiva, com olhar voltado para o futuro"

THOM SHANKER e ERIC SCHMITT
DO "NEW YORK TIMES", EM WASHINGTON

A Casa Branca distribuiu para funcionários governamentais diretrizes detalhadas sobre como marcar o décimo aniversário dos ataques terroristas do 11 de Setembro dentro e fora do país.
A morte de Osama bin Laden foi vista como razão para que as autoridades "minimizem as alusões à Al Qaeda". Embora terroristas filiados à rede "ainda tenham a capacidade de fazer o mal", dizem as diretrizes, as autoridades devem deixar claro que "a Al Qaeda e seus filiados vêm se tornando cada vez mais irrelevantes".
O texto aconselha que o fato de a rede terrorista não ter exercido papel importante nos levantes da "Primavera Árabe" seja citado como evidência de que a organização "representa o passado".
Alguns líderes seniores da administração Obama tinham proposto uma programação longa de discursos e eventos para marcar o aniversário, mas a decisão final prevê aparições mais discretas de Obama e outros líderes.
Em seu discurso semanal, no sábado, Obama disse que o aniversário deste ano será marcado pela recordação".
Enquanto a Casa Branca afia suas mensagens para as comemorações, autoridades dizem que também intensificaram os esforços para identificar sinais de conspirações terroristas estrangeiras ou domésticas centradas no aniversário.
Até agora, disseram, não detectaram nenhuma conspiração específica, nem um aumento nas ameaças.

DIRETRIZES
As diretrizes foram distribuídas pela Casa Branca, sem alarde, em dois conjuntos de documentos. Eles traçam uma lista dos temas a ser destacados e do tom a seguir, e devem moldar eventos públicos e declarações oficiais.
Um dos conjuntos é voltado a aliados no exterior e seus cidadãos; foi enviado a embaixadas e consulados americanos em todo o mundo. "O objetivo principal de nossas comunicações é apresentar uma narrativa positiva, com olhar voltado para o futuro", dizem as diretrizes para fora dos EUA.
O outro, distribuído para todas as agências federais, inclui temas para os americanos nos Estados Unidos, ressaltando a importância do serviço nacional e o que o governo vem fazendo para prevenir outro ataque de grandes proporções.
Cópias dos documentos internos foram mostradas ao "New York Times" por funcionários de várias agências envolvidas no planejamento das comemorações do aniversário. "O importante é mostrar ao mundo o quanto entendemos que o 11 de Setembro não 'é sobre nós apenas'", disse um funcionário, que exigiu anonimato para descrever o planejamento interno da Casa Branca.

Tradução de CLARA ALLAIN


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