Promovida por humoristas Stewart e Colbert, manifestação parodia evento conservador

Jonathan Ernst/Reuters

Milhares de pessoas participam de ato em Washington

DE WASHINGTON

Brancos, negros, latinos, estudantes, idosos, famílias com bebês e gente de todo tipo lotaram ontem o National Mall, em Washington, para os comícios satíricos dos comediantes Jon Stewart e Stephen Colbert, que pediam a volta dos moderados à política americana.
O "comício para restaurar a sanidade", de Stewart, e a "marcha para manter o medo vivo" -ironia de Colbert à direita alarmista- rebatiam o ato do apresentador ultraconservador Glenn Beck, que reuniu cerca de 300 mil pessoas no local em agosto.
Na plateia, todos os que conversaram com a reportagem disseram apoiar o presidente Obama -até republicanos moderados. Artistas convidados também participaram, como músicos Sheryl Crow e Ozzy Osbourne.
A dias da eleição para o Congresso, o sucesso dos comícios mostrou alguma resistência ao desânimo creditado aos simpatizantes dos partidários do partido no poder. "Trabalhamos juntos todos os dias", disse Stewart, exortando o público a lutar contra divisões políticas.
O chamado pelo "caminho do meio" parece ter funcionado. Horas antes do início dos comícios, às 12h locais (14h no Brasil), hordas de pessoas já eram vistas a vários quarteirões de distância.
Muitas iam fantasiadas e levavam cartazes como "eu gosto de todo mundo" ou "eu ainda acredito na sanidade".
O casal Neil e Lisa Kennedy veio de Austin, Texas, só para participar. "É uma oportunidade única de dizer que não precisamos da paranoia que está tomando conta das eleições", disse Neil, vestido de árabe muçulmano.
Lisa, 29, vestida de bandeira americana, disse à Folha querer mostrar que não existe o choque de culturas que a "mídia conservadora alardeia". (ANDREA MURTA)


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