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Presidente já pregou contra rinoplastias
DE CARACAS
"Não podemos perder nossa identidade, nossos sobrenomes. Não posso perder meu nariz", disse Evo Morales no ano passado, pouco depois de fazer uma cirurgia para corrigir um desvio do septo nasal.
"Alguns jornalistas disseram que eu estava melhorando meu nariz. Não era para melhorar, e sim para destapar", disse o primeiro presidente indígena da Bolívia. Dizia que queriam verificar se ele seguia com nariz "de papagaio ou não".
Mas a visão de que se trata de questão de identidade não é compartilhada por Soledad Sánchez, a secretária boliviana, aimará como o presidente, que fez uma rinoplastia recentemente.
"Não estou perdendo minha identidade. No meu caso, era necessário. Era uma questão psicológica", conta ela, que não vincula a operação a uma pressão social motivada pelo racismo.
Morales faz do combate ao racismo um dos pilares do "processo de descolonização" do país. Se se comemora que uma "cholita", indígena com roupa tradicional da região ocidental, possa ser ministra de Estado, o presidente também tem sido criticado pela chamada lei antirracismo.
Sancionada neste mês, a lei prevê como punição máxima o fechamento do jornal ou da TV que tenha cometido o delito de racismo.
A lei foi criticada por jornalistas e pela Sociedade Interamericana da Imprensa (SIP). As entidades prometem juntar assinaturas para promover um referendo para derrubar a norma.
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