São Paulo, quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

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Marinha impede desembarque de remédios em Gaza

DA REDAÇÃO

O SS Dignity, um barco tripulado com ativistas e carregado de medicamentos para a faixa de Gaza, chegou ontem a um porto libanês -depois de ter sido desviado e atingido pela Marinha israelense, segundo os organizadores da viagem.
O porta-voz da chancelaria israelense, Yigal Palmor, afirmou que a embarcação ignorou uma ordem para dar meia volta ontem pela manhã. Ele afirmou que o Dignity tentou contornar um navio da Marinha, no qual se chocou antes de ser escoltado pelos israelenses rumo às águas territoriais cipriotas.
Tripulantes e passageiros do barco (incluindo uma ex-deputada federal dos EUA) negaram a versão israelense. Eles narraram terem sido acusados pelo rádio de envolvimento com terrorismo, razão pela qual um navio de guerra se chocou com o Dignity, que teve avarias em três pontos de seu casco. E insistiram que o entrevero aconteceu em águas internacionais -a 90 milhas de distância da costa de Gaza.
O barco partiu anteontem do Chipre, que, segundo o chanceler, Markos Kyprianou, formalizará um protesto contra Israel pelo episódio, a despeito de o Dignity -que transportava quatro toneladas de suprimentos para os palestinos- não navegar sob bandeira cipriota.
Alguns dos 16 passageiros são ativistas do grupo "Free Gaza" (Gaza Livre), autor de cinco entregas de material de ajuda humanitária desde agosto, realizadas em desafio ao bloqueio imposto por Israel à região.
Na faixa de Gaza, a falta de medicamentos e escassez de comida prosseguiu no quarto dia consecutivo de bombardeios, que novamente deixou vítimas civis, como as irmãs Lama, 4, e Haya Talal, 11. Segundo o chefe dos serviços de emergência em Gaza, a carroça em que elas eram transportadas foi atingida por um míssil.
Segundo um voluntário de uma agência humanitária, que mantém seu diário desde sábado no site da emissora britânica BBC, ele e seus colegas têm ido ao hospital sempre a pé -"trafegar de carro é muitíssimo perigoso". Além disso, são orientados a telefonar para o escritório quatro vezes durante o percurso, "para que saibam que estamos seguros".

Com Associated Press



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