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Marinha impede desembarque de remédios em Gaza
DA REDAÇÃO
O SS Dignity, um barco tripulado com ativistas e carregado
de medicamentos para a faixa
de Gaza, chegou ontem a um
porto libanês -depois de ter sido desviado e atingido pela Marinha israelense, segundo os organizadores da viagem.
O porta-voz da chancelaria
israelense, Yigal Palmor, afirmou que a embarcação ignorou
uma ordem para dar meia volta
ontem pela manhã. Ele afirmou
que o Dignity tentou contornar
um navio da Marinha, no qual
se chocou antes de ser escoltado pelos israelenses rumo às
águas territoriais cipriotas.
Tripulantes e passageiros do
barco (incluindo uma ex-deputada federal dos EUA) negaram
a versão israelense. Eles narraram terem sido acusados pelo
rádio de envolvimento com terrorismo, razão pela qual um navio de guerra se chocou com o
Dignity, que teve avarias em
três pontos de seu casco. E insistiram que o entrevero aconteceu em águas internacionais
-a 90 milhas de distância da
costa de Gaza.
O barco partiu anteontem do
Chipre, que, segundo o chanceler, Markos Kyprianou, formalizará um protesto contra Israel pelo episódio, a despeito de
o Dignity -que transportava
quatro toneladas de suprimentos para os palestinos- não navegar sob bandeira cipriota.
Alguns dos 16 passageiros são
ativistas do grupo "Free Gaza"
(Gaza Livre), autor de cinco entregas de material de ajuda humanitária desde agosto, realizadas em desafio ao bloqueio
imposto por Israel à região.
Na faixa de Gaza, a falta de
medicamentos e escassez de
comida prosseguiu no quarto
dia consecutivo de bombardeios, que novamente deixou
vítimas civis, como as irmãs Lama, 4, e Haya Talal, 11. Segundo
o chefe dos serviços de emergência em Gaza, a carroça em
que elas eram transportadas foi
atingida por um míssil.
Segundo um voluntário de
uma agência humanitária, que
mantém seu diário desde sábado no site da emissora britânica
BBC, ele e seus colegas têm ido
ao hospital sempre a pé -"trafegar de carro é muitíssimo perigoso". Além disso, são orientados a telefonar para o escritório quatro vezes durante o percurso, "para que saibam que estamos seguros".
Com Associated Press
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