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Intelectuais de Israel criticam ofensiva militar
DA REDAÇÃO
Apesar do apoio de 81% dos
israelenses aos bombardeios,
apurado em pesquisa de opinião da emissora de TV Canal
10, intelectuais e analistas políticos do país criticaram a ação
na faixa de Gaza e recomendaram um cessar-fogo.
Uma dessas vozes é a do historiador e cientista político
Tom Segev, autor de artigo intitulado "Tentar ensinar uma lição ao Hamas é fundamentalmente errado", no qual sustenta que a estratégia de ""dar uma
lição" é um princípio básico que
acompanhou a empreitada sionista desde sua origem".
"O bombardeio a Gaza deveria liqüidar o regime do Hamas,
conforme outro princípio sionista: que é possível impor uma
liderança palestina "moderada",
que abandone aspirações nacionalistas. Como corolário, Israel sempre acreditou que causar sofrimento a civis palestinos os faria rebeldes contra
seus líderes nacionais, o que se
mostrou errado várias vezes",
escreveu Segev no "Haaretz".
Outro que tratou de lições do
passado foi o escritor David
Grossman, que teve um filho
morto enquanto participava da
guerra contra o Hizbollah, no
Líbano, em 2006.
No "Haaretz", ele defendeu
que Israel suste por 48 horas os
bombardeios, visando abrir um
canal para negociações.
"Se tivéssemos adotado essa
atitude em julho de 2006, após
o Hizbollah ter seqüestrado
nossos soldados, se tivéssemos
parado após nossa resposta inicial, e declarado cessar-fogo
por um ou dois dias para mediação, a realidade hoje poderia
ser totalmente diferente. É
provavelmente a lição mais importante daquela guerra."
Outro que advogou a interrupção dos ataques foi o escritor Amos Oz. Ao jornal italiano
"Corriere della Sera", ele disse
que "o Hamas é responsável"
pelo aumento da violência, mas
ressalvou: "chegou o tempo de
buscar um cessar-fogo".
O ex-chanceler Shlomo Ben-Ami, no jornal espanhol "El
País", indagou: "É realista pensar em derrubar o regime do
Hamas?". "Talvez caia o governo de Ismail Hanyieh [premiê
do Hamas em Gaza], mas o Hamas continuará sendo um poderoso produto natural da Palestina", escreveu ele, destacando que, quando Israel negociar novo cessar-fogo, "será
com o mesmo Hamas".
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