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Iêmen lança ofensiva contra Al Qaeda
Operação ontem prende um; endurecimento acompanha preparação dos EUA para incrementar cooperação militar
Ação chega após tentativa frustrada de ataque a avião nos EUA; novos detalhes indicam falha do país em compartilhar informações
JANAINA LAGE
DE NOVA YORK
No início de uma ofensiva em
resposta ao ataque frustrado
nos EUA por um terrorista treinado no Iêmen, forças de segurança iemenitas invadiram um
esconderijo da Al Qaeda no
oeste do país e prenderam uma
pessoa ontem. A operação começou enquanto os EUA preparam uma expansão da cooperação militar e de inteligência
com o governo local.
O objetivo das ações é desbaratar e esmagar o braço iemenita da rede, conhecido como Al
Qaeda na península Árabe, acusado de treinar o nigeriano
Umar Farouk Abdulmutallab,
que tentou explodir um voo
americano que ia de Amsterdã
para Detroit na última sexta.
A invasão de ontem provocou uma batalha com supostos
membros do grupo na Província de Hudayah, que acabaram
fugindo. O dono da casa onde ficava o esconderijo foi detido.
A nova ofensiva reforça iniciativa já em curso -autoridades locais afirmam ter matado
mais de 60 supostos membros
do grupo entre os dias 17 e 24.
Membros dos serviços de
contraterrorismo dos EUA
afirmaram esperar novas ações
em resposta à tentativa de explosão do voo americano, mas
lideradas por forças iemenitas.
O porta-voz do Pentágono
Bryan Whitman confirmou
planos de aumento da cooperação militar, mas negou relatos
sobre ataques retaliatórios diretos dos EUA no país.
Os EUA vêm aumentando a
quantidade de equipamento
militar, inteligência e treinamento que fornecem a forças
iemenitas. Mas boa parte da
ajuda é secreta, para evitar que
a opinião pública iemenita se
volte contra seu governo. O
Pentágono admite ter enviado
ao Iêmen ajuda de US$ 67 milhões em 2009, contra US$ 4,6
milhões em 2006.
Atentado frustrado
Depois que o presidente dos
EUA, Barack Obama, classificou a tentativa de explosão do
voo como "falha sistêmica" na
segurança, detalhes divulgados
ontem comprovam que o governo não foi capaz de compartilhar adequadamente informações sobre o risco de ataque.
Segundo o governo, a área de
inteligência tinha informações
do Iêmen de que líderes da Al
Qaeda no país teriam preparado "um nigeriano" para um ataque terrorista. Além disso, o governo tinha informações parciais sobre os planos de Abdulmutallab e por onde ele tinha
passado antes de embarcar no
voo em Amsterdã.
Ontem, soube-se ainda que o
nigeriano foi a uma conferência
islâmica em Houston em 2008.
O presidente ordenou uma
revisão dos procedimentos de
segurança em aeroportos e
também na lista de suspeitos de
terrorismo, com resultados que
devem ser divulgados hoje.
Os EUA ainda investigam um
episódio semelhante, em que
um homem da Somália tentou
viajar com produtos químicos e
seringa no mês passado, mas foi
detido antes do embarque.
Os casos levantaram polêmica sobre o uso de máquinas de
revista para identificar se um
passageiro carrega explosivos
ou produtos químicos. Nos
EUA, grupos que defendem a
privacidade afirmam que a medida causa constrangimento
por produzir imagens do corpo
dos passageiros.
Enquanto isso, o Schiphol,
maior aeroporto internacional
da Holanda, vai começar a usar
estes equipamentos em passageiros com destino aos EUA.
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