|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Marcha pró-regime reúne multidão no Irã
Simpatizantes atendem a pedido do governo e saem às ruas das maiores cidades do país; ONU critica Teerã
DA REDAÇÃO
Multidões tomaram ontem
as ruas das principais cidades
do Irã para manifestar apoio ao
regime e pedir que continue a
repressão das autoridades aos
protestos contra a reeleição do
presidente Mahmoud Ahmadinejad, em junho.
As marchas, que reuniram
milhões de pessoas segundo a
imprensa oficial e centenas de
milhares segundo a mídia ocidental, foram convocadas pelo
governo como uma demonstração de força e uma resposta aos
protestos oposicionistas.
A maior manifestação pró-regime ocorreu em Teerã, onde
uma multidão carregava fotos
do líder supremo, aiatolá Ali
Khamenei, e pedia morte dos
líderes oposicionistas, acusados de conspirar contra as fundações da República Islâmica e
de atender a interesses das potências ocidentais e de Israel.
Um dos chefes da polícia de
Teerã advertiu o reformista
Mir Hossein Mousavi, candidato derrotado na eleição presidencial, a não continuar incentivando simpatizantes a protestar sob pena de sofrer repressão implacável.
A mídia oficial iraniana relatou que Mousavi e o também
opositor Mehdi Karoubi fugiram de Teerã ontem em direção ao norte do país. O filho de
Karoubi negou que seu pai tenha deixado a capital.
O governo admite que oito
pessoas morreram (entre elas
um sobrinho de Mousavi) e 500
foram detidas em meio a megaprotestos oposicionistas ocorridos no domingo passado. Foi
a maior manifestação antigoverno nos últimos seis meses.
A oposição acusa o governo
de ter fraudado o pleito presidencial para beneficiar Ahmadinejad e exige maiores liberdades civis e individuais.
A alta comissária de Direitos
Humanos da ONU, Navi Pillay,
se disse ontem "surpresa" com
a violência no Irã e pediu às autoridades mais contenção.
A tensão no Irã ameaça minar ainda mais o clima nas emperradas conversas em que
Teerã tenta convencer as potências de que seu programa
nuclear visa produzir energia,
não bombas atômicas.
Com agências internacionais
Texto Anterior: Afeganistão: Ataques matam 8 americanos e 5 canadenses Próximo Texto: Tensão na fronteira: Teerã e Bagdá acordam definir limites territoriais Índice
|