São Paulo, quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

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Marcha pró-regime reúne multidão no Irã

Simpatizantes atendem a pedido do governo e saem às ruas das maiores cidades do país; ONU critica Teerã

DA REDAÇÃO

Multidões tomaram ontem as ruas das principais cidades do Irã para manifestar apoio ao regime e pedir que continue a repressão das autoridades aos protestos contra a reeleição do presidente Mahmoud Ahmadinejad, em junho.
As marchas, que reuniram milhões de pessoas segundo a imprensa oficial e centenas de milhares segundo a mídia ocidental, foram convocadas pelo governo como uma demonstração de força e uma resposta aos protestos oposicionistas.
A maior manifestação pró-regime ocorreu em Teerã, onde uma multidão carregava fotos do líder supremo, aiatolá Ali Khamenei, e pedia morte dos líderes oposicionistas, acusados de conspirar contra as fundações da República Islâmica e de atender a interesses das potências ocidentais e de Israel.
Um dos chefes da polícia de Teerã advertiu o reformista Mir Hossein Mousavi, candidato derrotado na eleição presidencial, a não continuar incentivando simpatizantes a protestar sob pena de sofrer repressão implacável.
A mídia oficial iraniana relatou que Mousavi e o também opositor Mehdi Karoubi fugiram de Teerã ontem em direção ao norte do país. O filho de Karoubi negou que seu pai tenha deixado a capital.
O governo admite que oito pessoas morreram (entre elas um sobrinho de Mousavi) e 500 foram detidas em meio a megaprotestos oposicionistas ocorridos no domingo passado. Foi a maior manifestação antigoverno nos últimos seis meses.
A oposição acusa o governo de ter fraudado o pleito presidencial para beneficiar Ahmadinejad e exige maiores liberdades civis e individuais.
A alta comissária de Direitos Humanos da ONU, Navi Pillay, se disse ontem "surpresa" com a violência no Irã e pediu às autoridades mais contenção.
A tensão no Irã ameaça minar ainda mais o clima nas emperradas conversas em que Teerã tenta convencer as potências de que seu programa nuclear visa produzir energia, não bombas atômicas.


Com agências internacionais


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