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Custo de crédito barra expansão

Juros de empréstimo obtido em parceria com empresas são até 15% menores que os habituais

DE SÃO PAULO

Ainda que a obtenção de empréstimos tenha sido facilitada pela maior oferta de crédito neste ano, custear a dívida continua limitando a expansão de pequenos negócios, segundo empresários consultados pela Folha.

A taxa de juros de instituições financeiras -de 2% a 3% ao mês, em média- encabeça as queixas. A burocracia para a liberação do aporte também entra na lista.

"O empréstimo, ao mesmo tempo em que possibilita o crescimento do negócio, come parte do lucro", considera Márcio Iavelberg, dono da Blue Numbers, consultoria especializada em pequenas e médias empresas.

Ciente do risco de ficar no vermelho, Mário Ohana, 55, evitou tomar crédito durante os 33 anos de existência da Gramo Engenharia, construtora da qual é proprietário.

A decisão impactou o capital de giro, que "esteve limitado". Houve dificuldades financeiras, "mas a taxa de juros era inviável".

Graças à parceria com seus clientes -entre eles Vale e Petrobras-, a Gramo pôde, há três meses, contratar crédito sob taxa de juros 10% menor.

"Eu tinha de barganhar taxas menores, hoje recebo propostas", diz ele, que destinou a verba -cujo montante não quis revelar- a capital de giro e planos de expansão.

Crescer "na proporção do mercado" também esteve nos planos da Flexomarine, segundo João Barbosa, 59, gerente administrativo da fábrica de mangueiras para bombeamento de petróleo.

PARCERIAS

Sem poder arcar com financiamentos diretos das instituições financeiras, a pequena empresa buscou auxílio de grandes clientes, que viabilizaram aporte com juros mais convidativos.

No Bradesco, a taxa para empréstimos concedidos a fornecedores de grandes companhias é até 15% menor do que a tradicional, diz Renan Mascarenhas, diretor do setor público do banco.

"Empresários que conseguem crédito [por meio de clientes] têm mais vantagens financeiras que os demais."

Essa parceria entre empresas ganhou evidência "devido ao crescimento econômico do país, que exigiu investimento de pequenos negócios", avalia Sandro Marcondes, diretor comercial do Banco do Brasil. A instituição tem parceria com 40 empresas e já realizou 1.800 operações.

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