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Feiras crescem fora do eixo Rio-SP

Aumento foi de 44% em cidades de menor porte entre 2009 e 2012; nas duas capitais, foi de 7%

Isadora Brant/Folhapress
Os medidores de espessura feitos pela empresa de Amilton Mainard são apresentados em feiras regionais durante o ano
Os medidores de espessura feitos pela empresa de Amilton Mainard são apresentados em feiras regionais durante o ano

NATÁLIA CANCIAN
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

As feiras de negócios estão mais segmentadas, atreladas a palestras e congressos e migrando para cidades fora do eixo Rio-São Paulo. Essa é a avaliação de organizadores, especialistas em negócios e associações do setor consultados pela Folha.

De 201 grandes feiras esperadas para este ano, 65 (32%) devem ocorrer fora das duas cidades. Em 2009, foram ao menos 45 (26%) de um total de 172, segundo a Ubrafe (União Brasileira dos Promotores de Feiras).

Enquanto o número de eventos cresceu 7,1% nos grandes centros, fora deles o aumento chega a 44% na comparação dos dois anos.

Para Gustavo Carrer, consultor do Sebrae-SP (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), essa mudança ocorre devido à migração das empresas para outras regiões. "À medida que os negócios se deslocam, as feiras vão atrás", diz.

A mesma avaliação é feita pelo presidente da Ubrafe, Armando Campos Salles. "Há uma escolha natural pelo local de produção ou pelo destino das mercadorias", frisa.

O presidente da organizadora de feiras Francal, Abdala Jamil, diz que o custo do metro quadrado -mais barato em cidades menores- e a dificuldade para obter hospedagem em São Paulo também colaboram para a mudança.

Foram esses os motivos que fizeram Amilton Mainard participar de feiras de menor porte, há 12 anos.

Dono de uma pequena empresa de medidores de espessura, a Mainard, ele decidiu conquistar o público em eventos regionais -mesmo com sede na capital paulista.

Hoje o empresário participa de sete por ano e já arrisca feiras maiores. Mas continua indo para outras regiões. "Começo por Novo Hamburgo [RS] e depois vou para outras cidades", assinala.

PREJUÍZOS

Já para Larissa Di Pietro, proprietária da Chezi, fabricante de boias, cadeiras flutuantes e artigos para piscina, a experiência de participar de um evento distante da sede da empresa não foi boa.

Com pouco mais de um ano de negócio, ela decidiu participar de uma feira em Recife após perceber que tinha dificuldade para vender produtos em São Paulo no inverno.

A estratégia não deu o retorno que a empresária esperava. Hoje, ela atribui o problema ao fato de ter escolhido uma feira que estava na primeira edição. Os custos de transporte e hospedagem também pesaram.

"Voltei com 90% do estoque de produtos que tinha levado para a feira", relata.

A melhor maneira de escolher o evento é analisar o público e a capacidade de gerar negócios, indica Carrer.

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