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Aval demora por rigidez em análise

Histórico financeiro e bens do contratante são investigados

DE SÃO PAULO

Em dezembro de 2011, Bruno Mamprin, 26, proprietário de unidade da franquia de sapatos femininos Belíssima, contratou R$ 200 mil em capital de giro pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). Dois meses depois, o montante já foi aplicado: a empresa fechou as portas por 30 dias para passar por reforma.

A rapidez com que o recurso foi investido não se equipara à velocidade com que foi liberado. Para obter o aporte, explica ele, foi preciso completar um ano como correntista do banco e manter a conta sem restrição financeira, como saldo negativo.

"Apesar da demora, o recurso era indispensável para fazer o negócio ser mais notado", avalia Mamprin, que quer modernizar o ambiente da loja.

A aprovação pode ser mais demorada, mas a liberação do crédito leva em média 15 dias e está sujeita a tempo de conta bancária, histórico financeiro, bens do contratante e aval dos sócios.

O risco de inadimplência de pequenas e novas empresas, que têm menos de um ano de existência, acentua a rigidez da análise financeira, esclarece o economista da Febraban Jayme Alves.

Indicador mensal da Serasa Experian, companhia que atua no setor de crédito, mostra que o índice de inadimplência das empresas subiu 19% em 2011 na comparação com 2010.

Já nos dados do Banco Central, a média anual foi de 3,6% em 2010, para 3,8% no ano seguinte.

INFLAÇÃO

Segundo Carlos de Almeida, economista da Serasa, o crescimento da inadimplência deve-se ao aumento da inflação, que onerou os gastos dos empreendimentos, e à redução da atividade econômica.

Neste ano, afirma, a expectativa é de queda de devedores. "A exceção são empresas que dependem de capital externo e sentirão os efeitos da crise internacional", avalia.

Para reduzir a quantidade de negócios no vermelho, a Caixa Econômica Federal iniciou contratação de profissionais para orientar pequenos empresários durante o processo de obtenção de crédito.

"Oferecendo a linha certa, a probabilidade de a dívida não ser paga é reduzida", avalia Dário de Araújo, superintendente nacional da Caixa Econômica Federal.

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