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Alta do aluguel faz comércio transformar-se em delivery

Estratégia depende de pontualidade e deve ser evitada por segmento de luxo

Silvia Zamboni/Folhapress
Os sócios do delivery Snack Frutas, Carlos Ribeiro (à esq.) e Leonardo Stecanella Rodrigues
Os sócios do delivery Snack Frutas, Carlos Ribeiro (à esq.) e Leonardo Stecanella Rodrigues

PATRÍCIA BASILIO
DE SÃO PAULO

Do hortifrúti aberto em 2008 pelo empresário Carlos Ribeiro, 30, sobraram apenas fotos. Localizada em um imóvel residencial da família em Guarulhos, a quitanda não deu lucro e foi fechada três meses depois de ser aberta.

"Não achava um ponto comercial melhor por menos de R$ 3.500 ao mês, valor inviável para uma empresa em início de atividade", recorda.

Sem condição de fazer novo investimento no empreendimento, Ribeiro transformou, em 2009, o antigo hortifrúti em um serviço de delivery de frutas para empresas.

Alugou um escritório por R$ 1.700 e, para não gastar com armazenamento dos produtos, o proprietário da Snack Frutas faz compras diariamente na Ceagesp (Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo).

"Oferecendo um bom serviço de entrega, não importa onde a empresa esteja fisicamente", frisa Ribeiro.

Abandonar o modelo físico para investir apenas em delivery tornou-se alternativa atrativa para pequenas empresas diante do aumento do aluguel de imóveis comerciais nas grandes cidades.

De 2009 a 2011, o valor do metro quadrado de escritório de alto padrão na cidade de São Paulo foi de R$ 73 para R$ 90 (alta de 23%), mostra estudo da consultoria imobiliária Jones Lang LaSalle.

No Rio, pulou de R$ 87 para R$ 124 no mesmo período.

"O delivery e o comércio virtual são saídas para fugir do alto aluguel, mas não são ideais para todos os tipos de empresa", pondera Marcelo Aidar, professor da escola de administração da FGV (Fundação Getulio Vargas).

Artigos de luxo, como bolsas, roupas de grife e joias, geralmente são adquiridos após comparação e prova dos consumidores. Sistema delivery, nesse caso, pode ser até perigoso para o entregador e para o empresário, devido ao alto valor dos produtos, de acordo com Aidar.

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