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Aposta em crescimento leva empresário a buscar sócios

Relação de amizade facilita começo da parceria mas dificulta dia a dia

CAMILA MENDONÇA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Desde o início do ano, é possível abrir empresa sozinho, na figura da Eireli (Empresa Individual de Responsabilidade Limitada). Mas muitos empresários buscam sócios para fazer o empreendimento deslanchar.

A necessidade de capital de giro para modernização do processo de produção ou para equilibrar as contas são os principais motivos que levam à escolha de um sócio, diz Geraldo Carlos Silvestre, diretor da Moore Stephens Auditores e Consultores.

Ter apenas um desses fatores como critério, porém, pode resultar em erro, diz. Faust Maurer, 52, imaginou que estivesse escolhendo bem ao convidar um ex-colega de trabalho para ajudá-lo na abertura de uma filial da Plan Idiomas, após 13 anos tocando a empresa sozinho.

"Queria alguém presente e que tivesse conhecimento à frente do negócio."

Após um ano, o empresário não viu resultados na filial e descobriu que o sócio dava aulas particulares aos alunos interessados pelo curso, utilizando equipamentos da escola, e que ainda não havia pagado os impostos. "Pedi para que ele me ressarcisse se não quisesse que eu o denunciasse."

Mais que ter conhecimento ou capital, o sócio ideal precisa ter os mesmos objetivos, pondera Herbert Steinberg, diretor da Mesa Corporate Governance. "É preciso saber os interesses por trás dos recursos e do trabalho."

MISTURA

As relações pessoais podem até ser um começo mais simples, mas o dia a dia "é mais difícil porque tudo é levado para o pessoal", explica Renato Hirata, coordenador do curso de negociação da HSM Educação.

Ao lidar com crises, a amizade pode terminar juntamente com o negócio.

Foi o que aconteceu com a professora Conceição Manfredi, 41. Em 2005, ela chamou uma amiga para abrir uma escola de educação infantil. "Não havia possibilidade de não dar certo."

Mas o excesso de trabalho e a demora para o negócio dar lucro desanimaram a sócia. "Sabia que a escola tinha potencial para crescer, mas ela não estava se dedicando mais. Brigávamos muito", lembra ela.

Depois de dois anos, Manfredi teve de vender a empresa porque a amiga quis desfazer a sociedade e exigiu sua parte. "A amizade acabou."

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