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Empréstimo não paga dívidas

Apesar das altas taxas de juros, clientes têm restrição quanto ao uso do montante obtido

DE SÃO PAULO

Com R$ 10 mil em dívidas distribuídas entre bancos e agiotas, João Batista da Silva, 41, dono da autopeças paulista Itapark, tinha duas opções para sair do vermelho: fechar a loja ou pegar empréstimo para investir no negócio e, a partir do lucro obtido, pagar as contas.

Silva contratou seis operações de microcrédito, totalizando R$ 21 mil, para reformar o comércio e aumentar o estoque. Em oito anos, calcula, o faturamento anual foi de R$ 27 mil para R$ 280 mil.

Para pagar as dívidas, aplica parte do lucro obtido com a expansão, uma vez que o microcrédito não pode ser utilizado para quitar débitos. "Acabo de pagar as contas em setembro", comemora.

O único empecilho do processo, reclama, é a taxa de juros de até 4% ao mês -a média em empréstimos para capital de giro é de 2,5%. "Como estava com o nome sujo, não conseguia liberação em outras linhas", recorda.

A tributação, apesar de mais alta do que a cobrada em empréstimos tradicionais, não é agravante para microempresários como Silva, argumenta Almir Pereira, presidente da ABCRED (Associação Brasileira de Entidades Operadoras de Microcrédito e Microfinanças).

VANTAGEM

"Conseguir a verba, independentemente do custo, já é uma grande vantagem. É como se eles partissem do zero", explica Pereira.

Pelo Programa Nacional de Microcrédito Produtivo Orientado, bancos públicos subsidiados, como Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil, fogem à regra e são obrigados a cobrar juros inferiores à 1% ao mês em operações de microcrédito.

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