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Prédio em SP reúne 18 'startups'

Cerveja no expediente, trabalho na madrugada, média de idade de 22 anos: é tudo verdade

FELIPE GUTIERREZ
DE SÃO PAULO

Mais de dez mesas montáveis ainda embaladas estão empilhadas em um canto da sede da Kanui, um site que vende material esportivo em São Paulo. É um estoque para que futuros funcionários não fiquem sem lugar.

"Cerca de 95% dos nossos 45 empregados receberam a proposta até uma hora depois da entrevista e 30% começaram no dia seguinte", diz Marcelo Marques, 31, dono e presidente da "startup".

A Kanui divide espaço em um prédio com outras empresas de comércio eletrônico, como a Mobly, de móveis, cujo sócio majoritário é Victor Noda, 31, e a Tricae, presidida por Gustavo Furtado, 33, de produtos para bebês.

Além delas, há outras 15 "startups" no mesmo prédio, todas financiadas por um grupo de investimentos alemão chamado Rocket. Elas se espalham por três andares.

É difícil, para quem é de fora, entender como é a distribuição de funcionários pelas empresas. O que se vê é um entra e sai de gente jovem -muito jovem, a média de idade é de 22 anos- por salas barulhentas. Ninguém tem um canto privado e todas as mesas são compartilhadas -inclusive as dos donos. Marques diz que o objetivo é que eles também estejam acessíveis.

Ele e os vizinhos têm algumas crenças que os norteiam.

Uma é em números. Até para batizar a Mobly, por exemplo, foi usado o software Excel. Noda havia pensado em nomes que, depois descobriu, já estavam ocupados.

Sem saber o que fazer, ele montou um modelo no software para gerar palavras com cinco letras. Chegou a "mobli", mudou o "i" pelo "y" e assim nomeou o site.

Esse xodó por números explica a grande quantidade de engenheiros nas empresas. Mesmo em funções nas quais, tradicionalmente, não há muitos (em marketing, por exemplo), eles trabalham.

Outra preferência é por profissionais de pouca idade. "Delegar responsabilidades aos jovens traz resultados. Posso colocar alguns projetos na mão de estagiários e, se forem para frente, ótimo. Caso contrário, não terei perdido muito", diz Marques.

VIZINHANÇA

Um dos motivos que levou essas empresas a escolher o prédio foi a localização -é perto da USP (Universidade de São Paulo). O intuito é buscar estudantes na vizinhança e aproveitar a proximidade de um centro de pesquisa.

A mesma receita definiu a casa que abriga a Kekanto, "startup" que desenvolve um aplicativo de mesmo nome, de Fernando Okumura, 33.

A empresa fica no bairro de Pinheiros, também perto da USP, e tenta mimetizar a atmosfera que Okumura conheceu no Vale do Silício, nos EUA, com churrasqueiras e "coolers" de cerveja espalhados pelo quintal. A cultura corporativa também segue uma lógica própria. "Alguns programadores chegam [para trabalhar] às 22h e saem às 4h", conta o empresário.

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