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Design chega às pequenas empresas

Programas de instituições públicas incentivam inovação de produtos

Simon Plestenjak/Folhapress
Roberto Alcantra mostra seringa disfarçada de jacaré para atender crianças
Roberto Alcantra mostra seringa disfarçada de jacaré para atender crianças

FELIPE GUTIERREZ
DE SÃO PAULO

Há três dias, o Sebraetec, programa que subsidia o custo que pequenas empresas têm com consultoria tecnológica, atingiu a meta do ano: 59 mil atendimentos.

Os serviços relacionados ao design foram responsáveis por 35% dos atendimentos, diz Gláucia Zoldan, gerente-adjunta de inovação e tecnologia do Sebrae nacional.

A expectativa é que as consultorias se ampliem ainda mais neste ano -em 2011, a meta de atendimentos foi excedida em 50%.

O programa do Sebrae permite que interessados em mudar o formato de produtos ou em aperfeiçoar o material de fabricação recebam orientação e subsídio ao contratar um designer, que criará um projeto para colocar em prática as mudanças. O Sebrae paga de 80% a 90% do custo.

Nos últimos seis anos, houve um aumento "vertiginoso" na busca pelos serviços de designers por parte de pequenos empresários, diz Zoldan.

Dois motivos explicam o interesse crescente, segundo Luciano Deos, presidente da Associação Brasileira de Empresas de Design: a busca pelo aumento de competitividade e programas públicos, como o Sebraetec, que facilitam a contratação do trabalho.

Para Deos, depois que as empresas usam serviços de design de produtos pela primeira vez, viram clientes.

Foi o caso da Poly Play, empresa de Santa Bárbara D'Oeste (SP) que fabrica utilidades domésticas.

Em 2007, a fabricante firmou parceria com a Universidade Federal de São Carlos para desenvolver um suporte para pregadores de roupa.

Os produtos são vendidos hoje em grandes lojas de departamento do país. A experiência positiva encorajou a pequena empresa paulista a encomendar estudos de 20 outros itens, diz Marcos Toma, 42, sócio da Poly Play.

"Empresas que investem em design de produtos ganham mercado", opina Roberto Alcantra, 49, dono da Angelus, empresa que fabrica produtos ortodônticos e aposta na contratação de designers desde 2009.

Já naquele ano, a Angelus venceu prêmio para pequenas empresas dado pela Finep (Financiadora de Estudos e Projetos). Recebeu R$ 1 milhão para criar produtos. Fez gotejadores que dentistas conseguem usar com uma mão só e criou um invólucro para esconder seringa em jacaré de plástico e, assim, amenizar o susto das crianças.

TABU

Apesar do crescimento da procura pelos designers, "ainda existe estigma", diz Ana Brum, do Centro de Design do Paraná. Ela afirma que as pequenas empresas tendem a achar o serviço caro e inacessível. "Nós mostramos para o pequeno empresário que o serviço está ao alcance dele, sim."

O centro tem o site www.designbrasil.org.br para facilitar a busca por esse tipo de profissional.

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