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Passagem deve privilegiar regras e critérios objetivos

Criação de conselhos e normas para sucessão impedem falhas na escolha

DE SÃO PAULO

Passar o bastão envolve critérios objetivos de escolha do sucessor e, para estabelecê-los, é preciso profissionalizar o negócio, dizem consultores.
O planejamento requer três anos diz Josmar Bignotto, do IBGC (Instituto Brasileiro de Governança Corporativa).
"É um erro acreditar que o tempo resolverá tudo e não adotar medidas antecipadas", afirma Teresa Roscoe, professora de empresa familiar da Fundação Dom Cabral.
O médico Paulo Maurício Chagas, 67, fundador do Hospital viValle, em São José dos Campos (SP), seguiu à risca orientações de especialistas. Contratou "coach", consultorias e analistas para elaborar o plano de sucessão.
"Há diferença de 30 anos [de idade] entre eu e minha filha mais velha. Precisava entender a cabeça deles [dos filhos]", diz. O genro, a nora e dois dos três filhos o ajudam no negócio. A mais velha entrou para o conselho familiar, a convite da consultoria.
Para escolher o diretor-geral, Chagas fez seleção envolvendo familiares e profissionais do mercado. "Foi um risco, todos ficaram inseguros, mas eu deleguei a transição a uma empresa", conta.

EM ASSEMBLEIA
Dos testes, participaram o genro e um filho -que saiu vitorioso. "Ele tem experiência de mercado e é qualificado para assumir o hospital."
O planejamento de Chagas incluiu a criação de um conselho -orientação dada por diversos especialistas para delinear a sucessão.
Patrícia Epperlein, presidente da consultoria Mariaca, recomenda criar dois: familiar e administrativo.
"Essas estruturas são ferramentas de controle de processos e regras de gestão."
Mas não basta criar regulamentos se eles não são validados no papel, segundo Herbert Steinberg, sócio da consultoria de governança corporativa Mesa.
O registro, explica Eduardo Boccuzzi, sócio do escritório que leva seu sobrenome, deve ser feito no contrato social da empresa ou em documento específico e precisa ser aceito por sócios e família.

RIGOR
No Colégio Instituto Coração de Jesus, em Belo Horizonte, as regras estão claras.
Christina Fabel, 55, sócia e filha da fundadora, explica que, para entrar na empresa, os netos precisam ter experiência no mercado e passar por processo seletivo. "Tudo isso se houver vaga."
Na Nova Rio, de limpeza, o processo de profissionalização evitou oscilações quando o fundador morreu. Cotas da empresa foram distribuídas entre familiares e gestores antigos. "Não houve abalos", atesta a executiva da empresa Carla Ritto.

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