São Paulo, domingo, 01 de março de 2009


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CORTE DE CUSTOS

Empresas recorrem à criatividade para reduzir despesas

Negociação e comitê de gasto ajudam a driblar crise

Marcelo Justo/ Folha Imagem
A estilista Cristina Grenier, que trocou a matéria-prima importada pela nacional e passou a usar retalhos nas peças para poupar

IGOR GIANNASI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Para deixar a crise um pouco mais distante da empresa, Cristiano Buerger se antecipou. O diretor de criação e inovação da Tecnoblu, firma de etiquetas personalizadas para calças, de Blumenau (SC), implantou soluções para reduzir custos e equilibrar as receitas.
O plano: criar um comitê com reuniões semanais para analisar gastos. "Nossa prioridade é cuidar da saúde do caixa.
Qualquer incremento de despesa terá de impactar diretamente na geração de receita."
Com isso, segundo o empresário, as despesas voltaram aos mesmos valores do início de 2008, mesmo tendo havido reajustes em custos fixos, como energia elétrica e salários.
Conhecer a realidade das despesas do seu negócio é o passo inicial para encontrar desperdícios e eliminá-los, afirma Luís Alberto Lombrigatti, consultor do Sebrae-SP (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas).
Para isso, diz Roy Martelanc, coordenador da FIA (Fundação Instituto de Administração), deve ser feita uma análise de valor de cada parte do custo.
Sócio da Ferrara Gastronomia e Eventos, empresa de "catering" que organiza festas e eventos corporativos, Marcus Paschoal avaliou que poderia reduzir custos adquirindo os utensílios usados nas recepções. Antes alugadas, as peças representavam cerca de 15% do valor de um projeto. Agora, tem mais margem para negociar preços com os clientes. "Com a crise, é preciso criatividade para manter clientes."

Na ponta do lápis
Uma análise do fluxo de caixa, levando-se em conta os 30 dias anteriores e as previsões para os 30 seguintes, pode ajudar no estabelecimento de prioridades, indica José Eduardo Barlian, professor de economia da ESPM (Escola Superior de Propaganda e Marketing). "Nesse momento, mais importante que reduzir os custos é controlar as contas", considera.
Entretanto, há um limite para os cortes. "Reduzir gastos não é cortar indiscriminadamente", pondera o economista Marcel Solimeo, da Associação Comercial de São Paulo.
É preciso avaliar se a eliminação de determinado custo irá impactar o resultado final.
Outro conselho é negociar preços e condições de pagamentos com os fornecedores.


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