São Paulo, domingo, 01 de maio de 2011


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Falta de garantias atrai empresários para fundos

Garantidores de risco completam 80% do valor exigido para banco aprovar empréstimo; empresário também pode usar recebíveis e bens

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Uma nova opção de garantia está promovendo a "inclusão financeira" de micro e pequenos negócios: os fundos garantidores de risco.
Cerca de 30% dos financiamentos para essas empresas são feitos por intermédio de fundos ou de SGC (Sociedades de Garantia de Crédito), segundo o Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas).
O fundo fornece até 80% das garantias exigidas em empréstimos bancários.
"Muitas empresas haviam deixado de buscar recursos porque não tinham garantias", considera Sérgio Nunes, diretor do departamento de micro e pequenas empresas do Mdic (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior).
Em 2009, uma medida provisória criou as duas modalidades de fundo mais procuradas hoje: o FGI (Fundo Garantidor de Investimentos) e o FGO (Fundo de Garantia de Operações).
O primeiro é administrado pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e oferece garantia para linhas do banco.
Gerenciado pelo Banco do Brasil, o FGO prevê caução para as linhas de crédito de capital de giro e investimentos. Instituições financeiras públicas e privadas podem se habilitar para operá-lo.
No ano passado, 64 mil empresas que nunca tinham obtido crédito no mercado o fizeram pela primeira vez usando o fundo garantidor, de acordo com Nunes.
No total, ao final de 2010, havia 516.249 operações com cobertura do FGO -R$ 12,4 bilhões foram empregados.
Os contratos garantidos pelo fundo somam 24,7% dos desembolsos nas linhas que admitem essa vinculação.
O FGI atingiu R$ 752,8 milhões de garantias concedidas em março de 2011.

OPÇÕES
Além de recorrerem aos fundos, as micro e pequenas empresas têm oferecido aos bancos direitos creditórios (contratos), aplicações financeiras, máquinas, equipamentos, veículos, hipotecas e, principalmente, recebíveis -dinheiro a receber de transações com cartão de crédito, cheques e duplicatas.
Segundo o diretor de crédito do Banrisul, Guilherme Cassel, os bancos têm dado autonomia aos gerentes para negociar a melhor forma de garantia com o cliente.
Na opinião do diretor-presidente da Vitalux, empresa que cria soluções de eficiência energética, Eduardo Antonio Moreno, 52, a garantia em bens é um problema. "Prestadoras de serviço têm mais dificuldade em oferecer garantias reais."
"Oferecemos recebíveis do contrato com o cliente. Não tivemos dificuldade, e o aporte foi feito em três meses", diz. (CAROLINE PELLEGRINO)


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