São Paulo, domingo, 01 de agosto de 2004
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NA ONDA LOCAL Prefeitura lança pacote de incentivos a empresários que se estabelecerem na área Zona leste quer virar pólo de moda
TATIANA DINIZ DA REPORTAGEM LOCAL Repleta de fabriquetas de roupas e farta em mão-de-obra na área de costura, a zona leste de São Paulo deve ganhar um "empurrão" para se transformar num pólo de moda nos próximos anos. A intenção oficial é que se torne internacionalmente reconhecida. A meta faz parte do programa de desenvolvimento econômico da região, criado pela atual gestão municipal, que visa alavancar a indústria de confecção local. "Queremos que os moradores trabalhem ali mesmo, e a indústria de roupas pode aproveitar uma vocação que já existe", comenta Mariana Bittar, 29, assessora do gabinete da prefeita Marta Suplicy (PT). "A zona leste concentra 33% da população e apenas 8% dos empregos da capital." Para atingir o objetivo, o plano é dar incentivo fiscal à instalação de empresas do segmento que atuam na região. "Valem tanto para estimular o crescimento das fábricas pequenas que já existem como para atrair novas", diz Bittar. Candidatos à redução de valores de IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano) e de ISS (Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza) podem procurar, a partir do dia 9, o escritório técnico da prefeitura, criado para selecionar empresas que terão o incentivo. São elegíveis firmas de moda e de bens de capital localizadas a partir da região da subprefeitura da Mooca (Brás, Água Rasa, Mooca, Pari e Tatuapé). No Brás há 25 anos, José Roberto Reyes Gândara, 52, dono da Lucky Stop (que abastece redes como a Zoomp), animou-se ao saber da possibilidade do incentivo fiscal. "A região pode dar certo.Tem vocação e mão-de-obra." Para Bob Wollheim, 42, diretor do Elab-SSJ (formação em empreendedorismo), a intenção da prefeitura, embora interessante, "não deve esquecer o ingrediente educacional". "É preciso promover a circulação de informações sobre tendências. Sem isso, a proposta pode ser um fiasco." Logística Além do incentivo fiscal, a construção do Rodoanel Sul seria outro ponto benéfico, facilitando o escoamento da produção ao Aeroporto Internacional de São Paulo/Guarulhos e ao Porto de Santos e viabilizando a exportação. Microempresário, José Carlos Marques, 34, vê com bons olhos o projeto do pólo de moda. Há oito anos, num apartamento do Alto da Mooca, iniciou uma empreitada que foi a "mãe" da marca de "surfwear" feminina Miss Sirena, há um ano e meio nas prateleiras. "Começamos em casa, só eu e minha mulher. Hoje empregamos 15 pessoas e damos trabalho a cerca de 500 costureiras. Por toda a zona leste há iniciativas semelhantes nesse ramo. É preciso incentivar o seu potencial", avalia. Vocação regional A combinação de recorte geográfico, um produto com demanda e uma onda produtiva da população é o que faz com que uma vocação transforme uma região em referência de fornecimento. Carlos Frederico Hackerott, da RCS Auditoria e Consultoria, diz que o fomento a essas iniciativas é válido. "A concentração gera alianças, e o retorno para a região é maior do que o sucesso isolado." Escritório técnico da prefeitura: www. prefeitura.sp.gov.br Próximo Texto: Pólo produtivo cumpre ciclo de vida e enfraquece Índice |
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