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FAZENDO ARTE
Cuidados são essenciais antes de dar patrocínio
Empresário deve checar histórico da produtora que oferece projetos
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Antes de aplicar as leis de fomento à arte como estratégia
de marketing, é importante que
a empresa tenha planejamento.
É preciso estar atento à idoneidade do produtor, como
exemplifica Priscila Netto, conselheira da Comissão de Averiguação e Análise de Projetos
Culturais, da Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo.
"O patrocinador deve ter garantias de que o projeto proposto vai ser realizado por meio
de um gerenciamento transparente", enfatiza. Segundo ela,
uma das formas de proteção é
fazer um contrato com direitos
e deveres de ambos os lados.
De acordo com especialistas
nas leis de fomento, o patrocínio só é válido quando faz sentido para a história e para o público da firma. A tendência é de
integração entre o patrocinador e a sua política institucional. "Deve ser criada uma linha
de marketing de acordo com os
objetivos da empresa e o seu
público-alvo", explica Netto.
A Omint, da área de saúde,
seguiu esse caminho ao eleger a
cultura como o canal de relacionamento entre seus clientes, fornecedores, funcionários
e prestadores de serviço.
Há dois anos, patrocinou a
peça "Pequeno Dicionário
Amoroso" e, atualmente, está
com a marca vinculada ao es-petáculo "O Avarento", protagonizado por Paulo Autran.
Ambos receberam recursos
por meio da Lei Rouanet.
"A empresa assina um momento especial na vida das pessoas, tornando-se simpática
aos olhos do público em geral",
justifica o diretor comercial da
empresa, Cícero Barreto.
Para Yacoff Sarkovas, diretor
da Significa e especialista em
atitudes de marcas, ao investir
em um projeto de um segmento diferente daquele em que
atua, a empresa transmite atributos que valorizam a sua marca. "A cultura tem capacidade
de sinalizar determinados estilos de vida: vanguarda, brasilidade e tradição, por exemplo."
Polêmica
Há um debate intenso nos
bastidores da área cultural.
De um lado, há os que questionam o modo como os recursos estão sendo utilizados. Afirmam que as empresas financiam projetos sem compromisso com resultados.
Os defensores das leis de fomento, no entanto, dizem valorizar a possibilidade de determinar a aplicação do imposto
no projeto em que acreditam.
"As leis possibilitam que tais
empresas interfiram positivamente nos projetos culturais.
Uma empresa de serralheria,
de tecidos ou de marcenaria
pode ajudar a implementar
projetos de teatro, dança, bonecos e pequenas bibliotecas."
"Se é um dinheiro que vai ser
gasto de qualquer maneira, por
que não investir em cultura?",
indaga Barreto, da Omint.
Outro argumento é que o investimento também alimenta
toda a cadeia produtiva, gerando renda para o setor cultural.
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