Comércio exterior não faz parte de plano de firmas

DA ENVIADA ESPECIAL

As pequenas firmas brasileiras nascem com o olhar para o mercado interno e não têm foco em internacionalização.
Entre os especialistas que compartilham essa visão está o vice-presidente da Associação Internacional de Parques Tecnológicos, Mauricio Guedes.
"Devido ao tamanho do mercado brasileiro, que pode absorver produtos e serviços, as empresas desconsideram o mercado externo", analisa.
O cenário não depende apenas do porte da empresa, diz Hélio Lôbo Filho, da Apex-Brasil. Até grandes firmas que têm uma boa fatia do mercado interno não consideram exportações em suas estratégias.
A companhia de software educacional P3D, que tem 20 funcionários, é um dos casos de organizações que só viram que o produto tinha chance no exterior quando foram abordadas por estrangeiros.
Era 2005 e, até então, a empresa, que estava incubada, não havia previsto exportação.
"Ouvimos: vocês precisam vender isso para outros países", lembra a professora e gerente da firma Jane Vieira, 42.
Os produtos, em 3D, interativos e apenas com legendas, precisaram de poucas adaptações, destaca o gerente Geraldo José Ramos, 46. Hoje, 20% da receita vem de exportações, e a P3D tem escritório em Barcelona.

Foco
Foi para buscar diferenciais e preencher os requisitos de exportação que o empresário Rodrigo Bolton, 36, passou três meses nos Estados Unidos.
Não tinha empreendimento formado. Definiu o foco, diz, com base em estudos de viabilidade no Brasil e, principalmente, no exterior. Assim surgiu a Ateliê Especiarias, do qual é sócio. Incubada na Incubadora de Empresas Barão de Mauá, na Grande São Paulo, a empresa produz perfumes orgânicos para ambientes.
"Em geral, o produto sai de dentro para fora, e não da demanda do mercado para dentro da empresa", diz Bolton. Hoje, ele negocia com norte-americanos e europeus.


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