São Paulo, domingo, 02 de julho de 2006


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RESTOS DE VALOR

Empresário pode apostar em leilão

Pregões e sites especializados são outras alternativas para a compra de resíduo industrial

DA REPORTAGEM LOCAL

As bolsas de resíduos das federações não são as únicas alternativas para que os empresários comprem ou vendam materiais de descarte. Há outras iniciativas que se propõem a aproximar essas firmas.
O Sinquisp (Sindicato dos Profissionais da Química do Estado de São Paulo) mantém, desde 2002, o Bolsa de Resíduos, site voltado para a compra e a venda de material. "A iniciativa foi idealizada para promover o aproveitamento de resíduos e para gerar oportunidades de criação de novas empresas", diz o presidente do sindicato, Waldemar Avritscher.
A maioria das empresas que oferecem produtos é do ramo de solventes (18%), seguido pelo de plásticos (15%), metalúrgico (9%) e de óleos (8%). "Hoje, há a oferta de 239 tipos de resíduos diferentes."
O Sistema Ciclo, uma empresa incubada no Cietec (Centro Incubador de Empresas Tecnológicas), está nascendo de olho nessas oportunidades. Vai oferecer, ainda no segundo semestre deste ano, um serviço de informações sobre reciclagem e uma área exclusiva para a oferta e a busca de resíduos.
Com preços de materiais, localização de clientes e cálculo de fretes, deve cobrar uma taxa de manutenção -ainda não definida- dos associados.
"Esse é um mercado desorganizado. Há uma quantidade enorme de produtos que é desperdiçada", diz Isac Moisés Wajc, um dos sócios da firma. Outra das alternativas é o leilão. Na Superbid, por exemplo, é possível comprar itens de grandes empresas como Santista Têxtil, Petrobras Distribuidora e Grupo Votorantim. E, ao contrário de algumas outras iniciativas, permite adquirir desde sobras de borracha e de metal até veículos e equipamentos de informática usados.

Risco
O empresário Rogério Tranjan arrematou dois aparelhos de ar-condicionado da AOL, antes de o portal deixar o país.
"Era um ótimo valor. Paguei 60% do preço de um novo", diz.
Por enquanto, Tranjan não sabe se as máquinas vão funcionar. "A empresa está em reforma e os equipamentos ainda não foram instalados", conta.
Esse é, segundo o empresário, um dos pontos negativos do processo: "Não é possível saber de antemão se as peças estão em bom estado. Algumas vezes, é preciso fazer reparos".
Ele diz isso com experiência. Comprou uma impressora offset em outro leilão e, apesar de ter pago valor abaixo do de mercado, teve de ajustar peças. "É um risco que o comprador deve conhecer", opina Tranjan.


NA INTERNET -
www.bolsaderesíduos.org.br
www.superbid.com.br


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