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Fidelizar fornecedor é o segredo do negócio
DA REPORTAGEM LOCAL
"Hoje, muitas empresas não
compram mais material virgem
porque ele é bem mais caro",
afirma o gerente da Eviplast
Jesualdo Pereira de Sousa, 32.
Como exemplo, cita o valor do
polipropileno, usado na fabricação de copos descartáveis.
O novo custa R$ 4 o quilo; o reciclado sai por R$ 1.
É essa procura por resíduos
rejeitados por outras indústrias
-com o objetivo de utilizá-los
para oferecer preços mais competitivos- que proporcionou o
aparecimento de firmas como a
em que Sousa trabalha. Cabe a
elas localizar esses itens, separá-los e vendê-los a outras, que
os usam como matéria-prima.
A Eviplast existe há 30 anos,
mas apenas há uma década dedica-se a essa atividade. Atualmente, o plástico que a empresa compra serve para que outras fabriquem solas de sapato;
o PVC transforma-se em sacos
de lixo e baldes; e o couro sintético vira capas e revestimentos
para cadeiras e estofados.
Muitos dos contatos são captados pela internet -em bolsas
de resíduos e em sites especializados que têm classificados.
A maioria dos fornecedores da
Eviplast é do segmento têxtil.
"Muitas empresas não cobram pelo material. Pedem
apenas que o retiremos de lá."
É dessa maneira que a firma
busca conquistar e manter fiel
a "clientela". Com três caminhões, consegue movimentar
ao mês cerca de 200 mil quilos
de produtos. "Também não fazemos restrição à retirada de
outros itens. Algumas vezes,
conseguimos utilizar apenas
80% do que buscamos", afirma.
Fidelizar o fornecedor é um
dos principais segredos do negócio de resíduos. O outro é estabelecer o preço dos produtos.
Mas qual deve ser a conta para calcular a importância de algo rejeitado por outra firma?
Quem responde é o professor
da FIA (Fundação Instituto de
Administração) Nuno Fouto.
"O primeiro passo é pesquisar para que tipo de empresa
essa matéria-prima pode ser
útil e apresentar as características desse resíduo", diz. O mercado deve auxiliar o empresário a encontrar o preço certo.
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