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OPÇÃO DE RISCO
Investidores demandam consultoria qualificada
Especialistas divergem quanto à abertura de empresas em finanças
DA REPORTAGEM LOCAL
O aumento de investidores
que são pessoa física, causado
pela queda da taxa de juros,
aliado à fusão de bancos, que jogou no mercado profissionais
da área de investimentos, tornam o cenário propício para a
abertura de consultorias financeiras e gestoras de fundos.
Felipe Prata, 33, responsável
pela área comercial da Nest Investimentos, é um dos que
aproveitaram essa conjuntura.
Em 2005, ele e três sócios
montaram a empresa para criar
dois fundos multimercados.
O principal obstáculo, aponta, foi não ter uma instituição
por trás que desse credibilidade
e segurança aos investidores.
"Éramos independentes e só
tínhamos a credibilidade dos
sócios. Em um ano e meio havia
R$ 10 milhões em fundos, mas,
quando conseguimos atingir
R$ 50 milhões, bancos e outras
instituições financeiras passaram a investir."
O negócio deu certo. Hoje, a
empresa administra R$ 330
milhões e tem 423 clientes.
Vôo quase solo
Patrícia Cottet, 35, seguiu
um caminho parecido com o de
Prata. Largou a gerência de um
banco, mas ainda ensaia a abertura do negócio próprio. Antes
disso, achou melhor ingressar
em uma consultoria financeira.
"Pensei em montar a minha
empresa, mas sinto que sou nova para isso. Apesar de atuar há
dez anos no mercado, ainda tenho muito o que aprender", diz.
Na consultoria, Cottet afirma
sentir mais liberdade do que no
banco para atuar e desenvolver
seu espírito empreendedor.
"O banco de varejo é bom para a área de crédito, mas a consultoria financeira é deixada
um pouco de lado. Não há tempo hábil para analisar o que é
melhor para cada cliente, de
acordo com seu perfil", conta.
Para o professor William Eid,
coordenador do Centro de Estudos de Finanças da FGV-SP
(Fundação Getulio Vargas),
Cottet está certa: "Para abrir
uma consultoria própria, a pessoa deve ter muita experiência,
dedicar muito tempo e estudo".
Eid, que é também consultor,
diz que, ao contrário do que o
cenário aponta, entrar nesse
mercado não é tão simples.
"É muito difícil encontrar
clientes. Optar por ter pequenas empresas como consumidoras do serviço é complicado,
uma vez que ou elas não têm dinheiro para pagar ou têm problemas que demandam muito
tempo para resolver", explica.
Eid é pessimista em relação
às gestoras de investimento.
"No Rio de Janeiro, houve uma
pessoa que fechou a gestora na
hora em que uma empresa lhe
fez proposta de emprego", diz.
Já o consultor Gustavo Cerbasi tem opinião contrária. Para ele o momento é ideal, desde
que a empresa seja estruturada
e faça um plano de negócios.
"Consultoria financeira é um
termo amplo: pode ser desde
orientações individuais e "family offices" [administração de
negócios familiares] até um pequeno agente autônomo [que
deve ser registrado na CVM]."
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