São Paulo, domingo, 03 de junho de 2007 |
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NOS QUATRO CANTOS DO MUNDO No exterior, empresários lucram com a brasilidade
Temas do país chamam a atenção, mas consultores aconselham cautela
MARIA CAROLINA NOMURA COLABORAÇÃO PARA A FOLHA As fronteiras do país têm se expandido. De olho em outros mercados, empresários investem em negócios tipicamente verde-e-amarelos, que oferecem produtos e serviços "made in Brazil" em outros países. Atentos à massa de conterrâneos que mora lá fora e à curiosidade que o país desperta em estrangeiros, esses empreendedores abrem desde pequenas lojas até escolas de samba. Uma das que deve entrar em breve para essa lista é Sandra Marcondes. A empresária planeja inaugurar, na semana que vem, a churrascaria Gauchos Barbecue and Grill, em Nova Jersey, nos Estados Unidos. Em território norte-americano há 17 anos, Marcondes diz ter apostado na iniciativa após investigar as oportunidades existentes na região em que mora -há uma comunidade de brasileiros, além de estrangeiros que podem se tornar futuros clientes, diz a empresária. Foram oito meses de espera até obter as licenças de construção e funcionamento do negócio, além de financiamento e investimento de US$ 200 mil. "Eu tinha permissões de residência e de trabalho, mas não pensei que demoraria tanto [para obter a documentação]." Os requisitos impostos para a abertura da empresa também são alvo de reclamação do empresário Dionisio Fonseca. Para colocar em funcionamento a churrascaria Copacabana International, em Melbourne, na Austrália, conta Fonseca, foi preciso obter não apenas permissões, como a de licença de funcionamento. "São exigidos documentos que atestam a idoneidade da pessoa, como a ficha de antecedentes criminais", afirma. Fonseca, no entanto, destaca que não se arrepende de ter investido nesse processo. Hoje, o restaurante oferece aos clientes shows de samba, funk e lambada, além de apresentações de capoeira. "[Os australianos] são muito receptivos", destaca, acrescentando que o empreendimento tem dado retorno financeiro. Bagagem O caminho para o sucesso, porém, é "árduo e demorado", afirma José Maria Baldez, especialista em abertura de empresas nos Estados Unidos. "O empresário deve estar legal no país, ter um plano de negócios bem definido e já haver discutido a mudança de vida com a família", explica Baldez. O consultor jurídico do Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) Norberto Marcos Barbosa complementa: "É preciso ter contatos, conhecer profundamente a cultura local e fazer pesquisas de mercado". Próximo Texto: Mercosul dá novo vigor ao português Índice |
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