São Paulo, domingo, 03 de julho de 2005


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OPORTUNIDADE

Conceito multicultural e nova roupagem contribuem para a expansão das feiras alternativas na cidade

Bazar se renova e vira canal para estreante

MARIANA BERGEL
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Lembra-se daqueles bazares em que sua avó fazia compras? Eles ressurgiram renovados, tornando-se oportunos a quem procura um canal de vendas diferente.
Além de ganhar mais espaço e caráter alternativo, os bazares são agora eventos repletos de atrações culturais, com nova roupagem no conceito e na função.
De acordo com Claudio Felisoni de Angelo, coordenador-geral do Programa de Administração de Varejo da Fundação Instituto de Administração (Provar/FIA), trata-se de uma boa opção para começar um negócio. "O maior atrativo é que os bazares geram uma demanda resultante da sinergia dos expositores", afirma.
Não foi por acaso que Alexandre Herchcovitch, Marcelo Sommer, Thaís Gusmão, Caio Gobbi e Fause Hatten, que eram apenas marcas alternativas, ganharam status de grife com o Mercado Mundo Mix, precursor, nos anos 90, desse tipo de evento no Brasil.
"Tive uma abertura enorme no mercado. As pessoas que freqüentam esses espaços vão atrás de coisas novas, e quem tem um trabalho criativo consegue se destacar", opina Thaís Gusmão, 29.
Passados seis anos desde o início de sua carreira como estilista de lingerie, Gusmão alcançou o sucesso apostando em uma releitura contemporânea do "underwear". A estilista, que começou vendendo peças para amigas na faculdade, é hoje dona de cinco lojas e tem seus produtos comercializados em países europeus.

Vantagens
O conceito é bem explorado por artistas, estilistas e decoradores que não querem correr o risco de abrir um ponto comercial e arcar com investimentos maiores ou que buscam um teste de mercado.
Foi o caso de Adeh Oliveira, 40, que cria moda masculina e começou a expor em bazares há cerca de cinco anos. "Foi um período de observação para analisar se vale a pena montar um negócio", conta. Atualmente participando do bazar Como Assim?!, Oliveira investe R$ 400 por mês na locação do espaço para expor suas peças e vende em média R$ 900 por dia.
"Como não tenho concorrentes e trabalho com um produto específico, aproveito o espaço para fazer boas vendas e contatos", conta o artista plástico Antonio Wilson Nagoya, 55, que trabalha com arte em arame. Só em bazares, o artista plástico diz ter um ganho de R$ 6.000 mensais. Aos domingos, fatura R$ 1.200 e, no fim do ano, esse valor salta para R$ 5.000.
Porém, nem tudo é fácil. Como as feiras culturais acontecem nos fins de semana ou em períodos curtos, um dia ruim pode ser irrecuperável no fim do mês. O trabalho também é pesado, já que são várias horas seguidas de contatos e vendas. Outra preocupação é escolher bazares cujo público seja o alvo do expositor.

Como Assim?!: 0/xx/11/3887-2406;
O Pulgueiro: 0/xx/11/3284-6965.


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