Número de turistas estrangeiros bate recordes e estimula empresários

Renato Stockler/Folha Imagem

Edgar Werblowsky, da Freeway Adventures, que recepciona turistas estrangeiros

As cifras ligadas à entrada de turistas estrangeiros no Brasil atingem, a cada mês, novos recordes. Entre janeiro e outubro deste ano, eles gastaram US$ 3,54 bilhões aqui -e o montante está em franca ascensão.
A estimativa da Embratur (Instituto Brasileiro de Turismo), órgão ligado ao Ministério do Turismo, é que, até o final de 2006, a entrada de dólares via turistas chegue a US$ 4,4 bilhões -US$ 600 milhões a mais do que no ano passado.
Parte desses números é resultado dos investimentos de divulgação feitos no exterior. "Os mercados emissores são muito restritos, e, na maioria dos países, a capital é o principal centro emissor. Começamos, então, a apostar em mercados secundários em países prioritários", diz a gerente de apoio à comercialização da Embratur, Jurema Monteiro.
Com isso, a grande aposta brasileira -reforçada pelo projeto Caravana Brasil (leia ao lado)- é a tendência de desconcentração dos fluxos internacionais, com a inclusão de pontos há pouco tempo cogitados.
Segundo o Ministério do Turismo, em 1950, somente 3% das chegadas internacionais estavam fora dos 15 principais países receptores (Estados Unidos, Canadá, México e países da Europa). Em 2004, esse percentual foi de 43% do total.

Oportunidades
Por aqui, o reflexo desse cenário deve atingir os pequenos e os médios empreendimentos. Neste ano, 90 operadoras européias passaram a comercializar destinos brasileiros, segundo dados oficiais.
Para o empresário da área de turismo, o sinal é claro: se há operadoras de outros países enviando turistas, é preciso haver quem os recepcione.
"É um mercado composto de muitos pequenos negócios", destaca Bárbara Alves, diretora-executiva da Bito (Associação Brasileira de Turismo Receptivo), parceira do projeto.