São Paulo, domingo, 03 de dezembro de 2006


Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

em foco - café gourmet

Aumento no consumo abre mercado para firmas

Investimento de multinacionais deve ampliar demanda por cafés

DENISE BRITO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Pela primeira vez, o Brasil -país com muita tradição e volume na produção de café- prepara-se para liderar o ranking mundial de consumo. A Abic, associação de produtores, estima que, nos próximos quatro anos, o país passe a consumir 21 milhões de sacas, um salto de cerca de 30% comparado ao atual volume. Esse aumento, assinalam especialistas, abre espaço para o mercado de grãos especiais, também conhecido como café gourmet.
"O momento é interessante [para a criação dessas firmas] porque empresas como Starbucks, Nestlé e Illy estão investindo por aqui. Com isso, vão atrair consumidores e ampliar o mercado de bebidas à base de café", assinala Eliana Relvas, consultora do Centro de Preparação do Café, do Sindicafé (sindicato da indústria).
Relvas prevê, contudo, que a expansão eleve os níveis de competição e de exigência no setor. "Alguns fatores passam a ser ainda mais importantes, como excelência no atendimento -com funcionários bem treinados- e adoção de equipamentos de bom desempenho."
Devido à sofisticação crescente, o aporte inicial é estimado em, no mínimo, R$ 50 mil, dos quais R$ 25 mil são empregados na aquisição de equipamentos, nas estimativas do consultor Edgard Bressani, da P&A International Marketing.
Segundo ele, o foco não deve estar apenas na bebida. "Não é fácil ganhar dinheiro somente com a venda de café. Bebidas à base do grão e sanduíches têm valor agregado maior", analisa.

Redução de custos
Uma opção para economizar é alugar a máquina de expresso ou partir para um dos vários sistemas de comodato, oferecidos por produtoras de café.
Uma delas, a Treviolo, oferece por R$ 100 mensais o fornecimento de produto suficiente para 200 doses de café, incluindo empréstimo da máquina, manutenção e treinamento de funcionários. "Nosso interesse é que o cliente venda. Por isso fornecemos consultoria", destaca o diretor Edson Teixeira.
Como há grande variedade de modelos, é importante estudar o formato de loja adequado.
"É preciso pesquisar a concorrência, conversar com as pessoas do bairro, conhecer seu gosto e saber até quanto estariam dispostas a pagar", enumera André Sader, sócio da cafeteria Café Crema, instalada no interior da Livraria da Vila.
Segundo ele, a bebida está ligada a um ambiente informal para relaxar, encontrar pessoas e fazer refeições rápidas.
Sader investiu em um local arejado, integrado à natureza e longe do barulho da rua. "Alguns clientes permanecem na mesa por até meia hora após o término do consumo. Isso atrapalha no horário de pico, mas deixo-os à vontade. Perco o faturamento naquela hora para ganhar a fidelidade deles."


Texto Anterior: Inscrição para receber chinês está aberta
Próximo Texto: Equipamentos necessários
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.