|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
em foco - café gourmet
Aumento no consumo abre mercado para firmas
Investimento de multinacionais deve ampliar demanda por cafés
DENISE BRITO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Pela primeira vez, o Brasil
-país com muita tradição e
volume na produção de café-
prepara-se para liderar o ranking mundial de consumo.
A Abic, associação de produtores, estima que, nos próximos
quatro anos, o país passe a consumir 21 milhões de sacas, um
salto de cerca de 30% comparado ao atual volume. Esse aumento, assinalam especialistas,
abre espaço para o mercado de
grãos especiais, também conhecido como café gourmet.
"O momento é interessante
[para a criação dessas firmas]
porque empresas como Starbucks, Nestlé e Illy estão investindo por aqui. Com isso, vão
atrair consumidores e ampliar
o mercado de bebidas à base de
café", assinala Eliana Relvas,
consultora do Centro de Preparação do Café, do Sindicafé
(sindicato da indústria).
Relvas prevê, contudo, que a
expansão eleve os níveis de
competição e de exigência no
setor. "Alguns fatores passam a
ser ainda mais importantes, como excelência no atendimento
-com funcionários bem treinados- e adoção de equipamentos de bom desempenho."
Devido à sofisticação crescente, o aporte inicial é estimado em, no mínimo, R$ 50 mil,
dos quais R$ 25 mil são empregados na aquisição de equipamentos, nas estimativas do
consultor Edgard Bressani, da
P&A International Marketing.
Segundo ele, o foco não deve
estar apenas na bebida. "Não é
fácil ganhar dinheiro somente
com a venda de café. Bebidas à
base do grão e sanduíches têm
valor agregado maior", analisa.
Redução de custos
Uma opção para economizar
é alugar a máquina de expresso
ou partir para um dos vários
sistemas de comodato, oferecidos por produtoras de café.
Uma delas, a Treviolo, oferece por R$ 100 mensais o fornecimento de produto suficiente
para 200 doses de café, incluindo empréstimo da máquina,
manutenção e treinamento de
funcionários. "Nosso interesse
é que o cliente venda. Por isso
fornecemos consultoria", destaca o diretor Edson Teixeira.
Como há grande variedade
de modelos, é importante estudar o formato de loja adequado.
"É preciso pesquisar a concorrência, conversar com as
pessoas do bairro, conhecer seu
gosto e saber até quanto estariam dispostas a pagar", enumera André Sader, sócio da cafeteria Café Crema, instalada
no interior da Livraria da Vila.
Segundo ele, a bebida está ligada a um ambiente informal
para relaxar, encontrar pessoas
e fazer refeições rápidas.
Sader investiu em um local
arejado, integrado à natureza
e longe do barulho da rua.
"Alguns clientes permanecem
na mesa por até meia hora após
o término do consumo. Isso
atrapalha no horário de pico,
mas deixo-os à vontade. Perco
o faturamento naquela hora
para ganhar a fidelidade deles."
Texto Anterior: Inscrição para receber chinês está aberta Próximo Texto: Equipamentos necessários Índice
|