São Paulo, domingo, 04 de janeiro de 2004


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2004 NA PLANILHA

Plano de negócios dá visão panorâmica da companhia e é importante para obter financiamentos

Empresa funciona melhor com "mapa"

Matuiti Mayezo/Folha Imagem
Sócio de oficina, Ivan Naves divide planejamento com a equipe


PAULA LAGO
FREE-LANCE PARA A FOLHA

Para que o barco não navegue à deriva e qualquer terra alcançada seja considerada uma vitória, ter estratégia e um mapa de orientação são pontos vitais. É o que acontece também no mundo dos negócios, no qual o responsável pela orientação é um documento nem sempre levado muito a sério: o plano de negócios.
Trata-se de um dossiê em que o empreendedor especifica metas a serem atingidas, investimentos, desenvolvimento de novos produtos, orçamento, alteração de pessoal, expectativa de vendas e estratégias a serem adotadas durante o ano, o que permite ter uma visão panorâmica de o que é realmente o negócio e por quais caminhos ele deve andar.
"Por isso a importância de tirar as idéias da cabeça e colocar no papel, para, num segundo momento, colocá-las no plano da realidade", observa o consultor de empresas, escritor e palestrante Cesar Souza. "Esse exercício nos faz perceber alguns detalhes que não víamos antes", completa.
Luiz Soares, consultor de empresas e sócio da Pieracciani, lembra que a estratégia não pode ficar de fora. "O ideal é ter, além do plano de negócios, uma descrição estratégica, que vai dar uma visão geral de dois a cinco anos, para que o empreendedor possa vislumbrar aonde quer chegar."
"O plano de negócios faz parte disso, mas não oferece uma visão de longo prazo. Ao definir as estratégias, você só aborda os aspectos de forma macro. No plano é que vai haver esse detalhamento projeto a projeto", explica Soares.

Investidores
OK, ter um planejamento funciona como uma orientação sobre quais são as prioridades do negócio, mas não se restringe a isso.
O pequeno empreendedor que for buscar investimentos, seja em fundos, em bancos, em alguma agência de fomento ou em incubadoras, certamente terá de apresentar, entre os documentos exigidos, o plano de negócios.
Isso porque ele descreve oficialmente quais são os projetos da empresa, onde estarão suas prioridades e quais são as mercadorias ou os serviços oferecidos.
"Quem estiver à procura de capitalização deve preparar uma versão resumida do plano de negócios para fazer uma apresentação em PowerPoint e mostrar para potenciais investidores", aconselha Marco Gregori, coordenador do Centro de Empreendedorismo e Inovação da BSP (Business School São Paulo).
"Mesmo quem quiser abrir franquias ou ampliar a atuação no mercado precisa do planejamento para analisar se a intenção é factível", exemplifica Alexandre Zanata, consultor de administração e negócios do Senac-SP (Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial em São Paulo).

"Mal" necessário
Certo de sua utilidade no dia-a-dia do negócio, convém saber que o planejamento consome tempo, trabalho e atenção dos proprietários de empresas. "Essa atividade exige dedicação contínua -primeiro para fazer o plano de negócios e, depois, para atualizá-lo constantemente", afirma Gregori.
A continuidade se faz necessária, como aponta Zanata, do Senac-SP: "O plano deve ter uma abrangência de 12 meses, e aconselho trabalhar também com esse período de antecipação".
Assim que janeiro passar, por exemplo, o empresário precisa planejar janeiro do próximo ano, "aproveitando enquanto as informações do andamento do negócio estiverem frescas na memória. Em dezembro os detalhes estarão provavelmente esquecidos", diz.
E esta época de agendas ainda vazias é boa para se elaborar o plano de negócios, dizem os consultores, aproveitando o "clima" de balanço e promessas para o próximo período. "O ideal, entretanto, é fazer com mais antecedência, em outubro ou novembro, por haver um tempo considerável antes de começar o ano seguinte", defende Soares.
Mas a data pode ser alterada seguindo o ritmo do empreendimento. Se a época das festas for o período mais movimentado, a tarefa de pôr no papel os planos visando ao próximo ano pode ser adiada para quando as vendas voltarem à normalidade.



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